Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2024
Candidata a medalha na Olimpíada de Paris, a equipe do Brasil de saltos do hipismo foi desclassificada depois que o cavalo montado por Pedro Vennis apresentou sangramento durante a prova das classificatórias.
Pedro Vennis foi o primeiro a ir para a pista e terminou o percurso sem sofrer nenhuma punição. A princípio, foi informado que o uso de espora pelo cavaleiro brasileiro machucou o cavalo Nimrod de Muze. Mais tarde, a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) afirmou que “ficou constatado que a assadura – um risco praticamente invisível – com leve vestígios de sangue foi causada pela barrigueira com elástico que, por ser um material novo, ocasionou esse acidente, ou seja, não foi de maneira nenhuma ocasionado pela espora do cavaleiro”.
Imagens mostram que Vennis passa a mão na barriga do animal após terminar a prova. Na sequência, a inspeção veterinária feita em Nimrod de Muze apontou um sangramento, resultando na desclassificação do Brasil. A CBH entendeu a eliminação como injusta e contestou a punição. No entanto, o pedido de reconsideração foi refutado diante do “rigor da regra que não admite interpretação para visar a maior proteção possível ao cavalo”.
O regulamento das Olimpíadas diz que qualquer tipo de ferimento causado no animal durante o percurso é motivo de eliminação. Nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, o Brasil foi desclassificado por motivo semelhante.
Antes do resultado ser anunciado, Stephan Barcha foi para a pista e terminou a prova com uma falta. Já Rodrigo Pessoa nem teve a oportunidade de realizar o percurso.
A punição a Pedro Veniss se estende para a categoria individual. Assim, o Brasil será representado apenas por Stephan Barcha, Rodrigo Pessoa e Yuri Mansur. A fase classificatória dos saltos individuais acontece apenas na próxima segunda-feira, dia 5, em Versalhes.
Esclarecimento
Leia a nota de esclarecimento da Confederação Brasileira de Hipismo: “A Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) vem, por meio dessa, esclarecer o que ocorreu com o cavaleiro Pedro Veniss montando Nimrod de Muze, primeiro conjunto do Time Brasil de Salto em pista na manhã dessa quinta-feira, 1/8, em Paris 2024. Após a realização de um percurso perfeito sem faltas na pista de competição de Versailles, sede do hipismo nos Jogos Olímpicos, os oficiais do concursos notaram um “risco” abaixo da barrigueira (apetrecho que segura a sela), devido a uma assadura junto à barrigueira. Após minuciosa análise ficou constatado que a assadura – um risco praticamente invisível – com leve vestígios de sangue foi causada pela barrigueira com elástico que, por ser um material novo, ocasionou esse acidente, ou seja, não foi de maneira nenhuma ocasionado pela espora do cavaleiro. Imediatamente após a decisão do júri a CBH entrou com protesto, por achar a eliminação injusta, mas sem sucesso devido ao rigor da regra que não admite interpretação, justamente para visar a maior proteção possível ao cavalo, o que foi acatado pela CBH. A Confederação Brasileira de Hipismo lamenta o ocorrido, ressalta o esforço do cavaleiro Pedro Veniss na sua preparação para os Jogos Olímpicos, que resultou num percurso perfeito, mas que com esse acidente resultou na eliminação. O cavaleiro é conhecido pela sua ética, competência, lealdade e respeito aos animais. Agora já estamos concentrados na disputa individual, que acontece em 5 e 6 de agosto”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da CBH.