Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de agosto de 2024
A doença possui grande semelhança com a dengue e outras arboviroses.
Foto: Conselho Federal de Farmácia/DivulgaçãoO Brasil já registrou 7.286 casos de oropouche, em 16 Estados, até o dia 28 de julho deste ano, de acordo com o Ministério da Saúde. A maioria dos casos foram registrados na região Norte, nos Estados da Amazonas e Rondônia. A disseminação de infecções pelo vírus para além da região amazônica levou a Secretaria de Saúde de Porto Alegre emitir alerta epidemiológico para o risco da entrada do vírus na cidade, a partir de pessoas que tenham viajado e possam ter sido infectadas em diferentes regiões do País ou da América Central.
A doença possui grande semelhança com a dengue e outras arboviroses, podendo causar febre súbita, cefaleia (dor de cabeça), e dores musculares e nas articulações. Também pode apresentar tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos. Conforme a Equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis, aparenta ser clinicamente mais leve que a dengue, mas pode evoluir com acometimento do sistema nervoso central e com manifestações hemorrágicas.
Transmissão
O vírus é transmitido para as pessoas pela picada das fêmeas infectadas de insetos vetores, principalmente o mosquito-pólvora, um inseto pequeno com manchas pretas e brancas nas asas. Tem hábito diurno e frequentemente é encontrado picando humanos próximos a plantações de bananeiras. A presença dessa espécie já foi comprovada em alguns municípios do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, conforme a Secretaria Estadual da Saúde. Ocasionalmente, o mosquito comum (de cor marrom) também pode estar envolvido na propagação desse vírus. Tem hábitos vespertinos e noturnos.
Para minimizar a exposição, as pessoas devem aplicar repelente nas áreas expostas. A presença dessa espécie já foi comprovada em alguns municípios do litoral norte do Estado, conforme a Secretaria Estadual da Saúde.
Até o momento, dois óbitos foram confirmados na Bahia em mulheres previamente saudáveis e com menos de 30 anos. A primeira morte, uma mulher de 24 anos que residia no município de Valença, ocorreu no dia 27 de março. O segundo óbito, uma mulher de 21 anos que residia em Camamu, foi registrado no dia 10 de maio.
Técnicos de vigilância em saúde baianos informaram que as pacientes apresentaram início abrupto de febre, dor de cabeça, dor retro orbital e mialgia, que rapidamente evoluíram para sintomas graves, incluindo dor abdominal intensa, sangramento e hipotensão.
Tratamento
Há grande preocupação com gestantes, considerando evidências de transmissão vertical (da mãe para o filho). Não há tratamento específico para a febre do oropouche além de recomendação de repouso. Devido à semelhança com a dengue, deve-se evitar o uso de anti-inflamatórios e manter-se hidratado desde a suspeita de infecção.
Dentre as recomendações para prevenir a febre do oropouche estão:
– Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores.
– Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele.
– Limpar terrenos e locais de criação de animais.
– Recolher folhas e frutos que caem no solo.
– Usar telas de malha fina em portas e janelas.
A Diretoria de Vigilância em Saúde reforça que suspeita de dengue em gestantes ou em pessoas que tenham viajado para fora de Porto Alegre nos 14 dias anteriores ao início da febre deve ser notificada por telefone no (51) 32389-2471/2472 ou pelo celular do plantão epidemiológico, de conhecimento dos serviços de saúde notificadores.