Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2024
Camila Pitanga gosta de viver de cara lavada e pé no chão. Mas reconhece que não está totalmente resolvida com a cobrança por padrões de beleza. A atriz refletiu sobre como as redes sociais, repletas de filtros, estão desenvolvendo distúrbios de imagem durante entrevista à jornalista Maria Fortuna no “Conversa vai, conversa vem”, videocast do jornal O Globo.
Pessoalmente, Camila recorre à terapia para “malhar o espírito, esculpir a alma” e não ficar presa na estética. Mas a mãe de Antonia, de 16 anos, pensa no impacto disso, principalmente, nas novas gerações.
“O culto à beleza poder ser uma armadilha desse mundo contemporâneo, onde os filtros te fazem se sentir enquadrado. E como é cruel isso com os jovens. Uma coisa que a mulher jurássica de 47 anos, que teve a sorte de não viver a sua juventude dentro desse contexto… Isso nos libera de muita neurose. Não é que elimine, mas para um jovem de 13, 14 anos…”
A atriz conta que a escola da filha proibiu o uso de celular.
“Muitas escolas estão aderindo. Acho a salvação. É que nem o cigarro. Daqui a pouco, vai ser assim: ‘Celular faz mal à saúde’. E a gente vai dizer: ‘Nossa, você ainda fica com o celular?’ (risos). Por que é uma bitolação, né?”
Camila, no entanto, afirma não querer generalizar.
“Tem gente que surfa bem nas redes, ganha dinheiro, tem felicidade. Mas acho que elas têm oprimido muita gente. Não só homens como mulheres. A gente vê meninas fazendo cirurgia plástica cada vez mais cedo, não se reconhecendo, querendo ter uma idealização… E o problema não é só estético. É um tipo de ser no mundo que valoriza muito a cultura do capital, da ostentação, dos bens de consumo. E uma pessoa que vive uma vida mais simples, pé no chão, fica parecendo deslocado, sabe?”
É preciso, segundo Camila, compreender e abrir espaço para diferentes formas de existência.
“Tem que ter muita força interior para entender que uma vida não é melhor do que a outra. Se deixar, a gente fica fechado num só modo de existir. O problema é ter um carimbo do que é se estar no mundo, do que é ser alguém valorizado. É se valorizar pelos olhos dos outros.”