Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2024
A avaliação do governo do presidente Lula (PT) neste momento é a mesma feita de Jair Bolsonaro (PL) após um ano e meio de mandato. Segundo pesquisa do instituto Datafolha, divulgada nesse sábado (3), o atual presidente tem seu governo aprovado por 35% dos entrevistados e reprovado por outros 33%, com 30% dos ouvidos considerando o desempenho “regular”.
Com um período aproximado de mandato, Bolsonaro tinha 37% de “ótimo ou bom”, 34% “ruim ou péssimo” e 27% consideravam seu governo “regular”. A pesquisa, que tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ouviu 2.040 pessoas, em 145 cidades do Brasil, entre os dias 29 e 31 de julho.
A avaliação do atual mandato de Lula está, também, similar à feita (passado o mesmo período de tempo) do seu primeiro mandato (2003-2006), com 35% de “ótimo ou bom”, mas muito abaixo em relação ao segundo (2007-2010), 64% nessa mesma categoria.
Segundo a pesquisa, esse é o mais baixo patamar da avaliação do governo neste mandato, após o número dos que consideram o governo “ótimo ou bom” oscilar entre 38% e 35% nas pesquisas anteriores. Neste mesmo período, essa é a segunda vez em que o mandato do petista atinge 33% de reprovação (“ruim ou péssimo”), tendo apresentado o mesmo percentual em levantamento divulgado em 21 de março deste ano.
O mesmo levantamento apontou que, em relação à última pesquisa, manteve-se o percentual de entrevistados que acham que situação econômica do país piorou nos últimos meses (42% nas duas pesquisas), mas aumentou, de 46% para 47%, o percentual dos que responderam que “a própria situação econômica melhorou”.
Cenário
O cenário revelado pela pesquisa mostra estabilidade para Lula, quando comparado à anterior, realizada de 4 a 13 de junho. A avaliação do presidente também é parecida com a realizada em seu primeiro mandato, quando 35% da população considerava seu governo, com o mesmo tempo de mandato, como ótimo ou bom.
Quando comparado ao segundo mandato do petista, de 2007 a 2010, entretanto, há diferenças marcantes: 64% aprovava o governo e somente 8% o considerava ruim ou péssimo. Já a avaliação do governo como regular era de 28%, semelhante a atual.
Houve uma leve oscilação negativa para o presidente desde a última pesquisa, que mostrava uma tendência mais positiva. Contudo, é melhor aguardar mais uma pesquisa para entender a direção da tendência.
Entre as duas pesquisas, houve um período com menor cobertura de notícias políticas. O principal problema enfrentado por Lula foi a crise na Venezuela, que ocorreu durante a coleta dos dados e pode ter influenciado a percepção pública. Além disso, a política externa não costuma afetar significativamente o apoio ao presidente entre a maioria da população brasileira.
Alta do dólar
A deterioração econômica, com a alta do dólar, ainda não afetou a inflação de forma imediata, por isso, a percepção econômica permanece estável em comparação com a pesquisa anterior.
A pesquisa revela que 42% acreditam que a economia piorou, enquanto apenas 24% veem a situação pessoal de forma negativa. Da mesma forma, 29% acham que a situação geral está igual, enquanto 46% consideram que sua situação financeira pessoal está estável. Apenas 26% acham que a situação do país melhorou, número próximo aos 29% que têm uma visão mais otimista sobre sua situação pessoal.
Em relação às expectativas futuras, 41% acreditam que a economia do Brasil melhorará, 28% esperam uma piora e 25% acham que ficará igual. No aspecto pessoal, os dados são mais otimistas: 58% esperam uma vida melhor, 29% acreditam que será semelhante e 11% acham que será pior.
Analisando os dados com mais detalhes, observa-se uma grande semelhança com o panorama desde que Lula assumiu o poder em janeiro de 2023.
A aprovação é mais alta entre os nordestinos (49% de ótimo/bom), os menos escolarizados (47%), pessoas de 45 a 59 anos (42%) e os mais pobres, que ganham menos de dois salários mínimos por mês (42%).
Os índices são menos favoráveis entre grupos geralmente críticos de Lula e simpatizantes de Bolsonaro. A reprovação atinge 47% na classe média brasileira que ganha de 5 a 10 salários mínimos, 46% entre aqueles que ganham 10 salários mínimos, 43% entre os com diploma superior, 41% entre evangélicos bolsonaristas, 40% na região Centro-Oeste e 39% no Sudeste.
Em resumo, 26% das pessoas entrevistadas acham que a vida melhorou após a posse de Lula, que derrotou Bolsonaro em 2022. Um grupo semelhante, 23%, acredita que a situação piorou, enquanto 51% consideram que as coisas permanecem iguais.