Quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de agosto de 2024
Boric já se manifestou, nos últimos dias, contra o resultado. Lula (E) tem preferido exigir a apresentação das atas
Foto: Ricardo Stuckert/PREm pronunciamento em Santiago, capital do Chile, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu transparência no processo eleitoral da Venezuela. O presidente chileno, Gabriel Boric, optou por não comentar a contestada eleição presidencial da Venezuela, principal assunto geopolítico no continente no momento.
O atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no poder desde 2013, foi considerado reeleito pelos organismos oficiais — na prática, controlados por ele, com quase 52% dos votos. Mas a oposição e entidades internacionais apontam que houve fraude no pleito.
As atas eleitorais — boletins com os votos das urnas — ainda não foram apresentadas, mas deveriam ter sido. Boric já se manifestou, nos últimos dias, contra o resultado. Lula tem preferido exigir a apresentação das atas antes de dizer se a eleição de Maduro foi fraudada ou legítima.
“Expus [em conversa com Boric] as iniciativas que tenho empreendido com os presidentes Gustavo Petro (Colômbia) e Lopez Obrador (México) em relação a processo político na Venezuela. O respeito pela tolerância, o respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes aos diálogos e promover o entendimento entre governo e oposição”, afirmou Lula no pronunciamento à imprensa após conversa privada com Boric.
Ao fazer seu pronunciamento, antes de Lula, Boric optou por ressaltar as alianças comerciais entre Brasil e Chile e oportunidades econômicas que os dois países podem explorar para desenvolver suas sociedades. Ele não quis falar de Venezuela.
“Essa visita é sobre a relação entre Chile e Brasil. Sei que poderá haver perguntas sobre outros temas, em particular em relação à Venezuela. Vou me referir a isso amanhã à tarde”, afirmou Boric em sua fala.
Acordos
Parte da comitiva de Lula, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinou, na ocasião, uma carta de intenções com o governo chileno para cooperação no setor de mineração.
A carta prevê o estímulo dos dois países à exploração e ao desenvolvimento de minerais estratégicos para a transição energética. Além disso, Silveira também assinou uma declaração conjunta com o Ministério de Energia do Chile, que cria um grupo de trabalho sobre combustíveis sustentáveis de aviação. No grupo, os países vão compartilhar conhecimento técnico e práticas regulatórias.