Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 6 de agosto de 2024
Depois do incômodo inicial com a divulgação de um comunicado, na segunda-feira (5), em que a oposição apela a militares pelo fim da repressão e celebram “uma avalanche eleitoral”, diplomatas envolvidos com o impasse em torno da eleição na Venezuela veem de forma positiva os últimos movimentos de María Corina Machado, principal liderança contra o chavismo.
Segundo um graduado interlocutor da área diplomática, María Corina emitiu sinais importantes nessa terça-feira (6). O principal deles, definido na área diplomática como o uso de um “tom mais prudente que o do comunicado”, foi uma postagem em uma rede social com a seguinte declaração: “Após a monumental vitória cidadã de 28 de julho, que o mundo reconhece, devemos seguir em frente!”.
A carta conjunta, assinada por ela e pelo candidato Edmundo González, um dia antes, fazia “um apelo à consciência dos militares e policiais para que ficassem ao lado do povo e de suas próprias famílias”. Em outro trecho do documento, publicado uma semana após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do País, também alinhado com o governo, anunciar a reeleição de Maduro com 51,2% dos votos, os opositores afirmam ainda que os “resultados são irreversíveis”.
“Agora nos corresponde a todos fazer respeitar a voz do povo. Procede, de imediato, a proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República”.
Passo importante
No governo brasileiro, a avaliação é que a principal líder da oposição na Venezuela deu um passo importante para reduzir, pelo menos um pouco, o clima de tensão, que havia piorado com a divulgação do comunicado. Logo após a publicação da carta conjunta nas redes sociais, o procurador-geral Tarek William Saab, afirmou em nota que os opositores “atuaram às margens da Constituição”, e serão investigados por crimes como usurpação de funções, divulgação de informação falsa para causar alarmismo, instigação à desobediência das leis e à insurreição, e associação para delinquir e conspiração.
Quanto mais ruídos existirem, disseram interlocutores, mais difícil será uma negociação. Há algumas opções com as quais o governo brasileiro trabalha. Uma delas seria o envolvimento direto dos presidentes do Brasil, da Colômbia e do México em uma negociação com Maduro. A outra seria o envio de uma missão de alto nível, formada pelos chanceleres dos três países. As informações são do jornal O Globo.