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Mundo Edmundo González, que teria sido eleito presidente da Venezuela, não comparece ao tribunal após convocação de candidatos

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Ele publicou uma carta dizendo que correria risco de ser preso se fosse ao tribunal. (Foto: Federico Parra)

O autoproclamado presidente da Venezuela, Edmundo González, não respondeu a uma convocação do Tribunal Superior de Justiça nesta quarta-feira (7), depois de publicar uma carta dizendo que correria risco de ser preso se fosse.

O mais alto tribunal do país, respondendo a um pedido do presidente Nicolás Maduro, convocou os 10 candidatos eleitorais e os representantes dos partidos que os nomearam para comparecerem ao que disse ser uma certificação dos resultados.

Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou Maduro o vencedor das eleições no início de 29 de julho, com cerca de 51% dos votos. No entanto, a oposição afirma ter cópias das contagens de votos que mostram que González obteve uma vitória retumbante.

A autoridade eleitoral, que a oposição acusa de ser tendenciosa em relação a Maduro, ainda não reproduziu os resultados que afirma ter. A oposição, liderada por María Corina Machado e González, um ex-diplomata de 74 anos, afirmou esta semana que venceu as eleições presidenciais com mais de 7 milhões de votos, em comparação com os 3,3 milhões de votos de Maduro. Esse resultado é bastante semelhante ao previsto pelas pesquisas independentes.

Numerosos líderes da oposição venezuelana enfrentaram detenções e prisões ou fugiram para o exílio nos últimos anos.

“Se eu for à câmara eleitoral (do Supremo Tribunal Federal) nestas condições ficarei totalmente vulnerável devido à impotência e à violação do devido processo e colocarei em risco não só a minha liberdade, mas, mais importante, a vontade do povo venezuelano, como expressaram em 28 de julho”, disse González em uma carta postada no X nesta quarta.

Representantes de três grupos que apoiavam a candidatura de González compareceram à audiência, segundo uma transmissão da televisão estatal. Esta semana, grupos de defesa venezuelanos levantaram alarmes sobre a chamada “operação toc-toc”, onde as forças de segurança prenderam suspeitos de participarem de manifestações. As autoridades dizem que a polícia tem como alvo pessoas por trás de crimes violentos durante uma onda de manifestações que se seguiu às disputadas eleições.

Na noite de terça-feira (6), Maria Oropeza, coordenadora do movimento político Vente Venezuela, de Machado, transmitiu uma batida em sua casa em Guanare, no Estado de Portuguesa, ao vivo no Instagram. Antes do vídeo ser cortado, Oropeza pôde ser ouvida pedindo um mandado.

O procurador-geral Tarek Saab já lançou uma investigação criminal contra Machado e González por incitarem as forças de segurança a infringir a lei, depois de terem publicado uma carta conjunta apelando à polícia e aos militares para apoiarem o povo da Venezuela.

O não comparecimento à audiência na quarta-feira poderia agravar os problemas jurídicos de González. A presidente do Tribunal Superior, Caryslia Rodriguez, e Maduro disseram que qualquer pessoa que não responder à intimação poderá ser acusada de desacato. Na Venezuela, o desacato ao tribunal é punível com até 30 dias de prisão e multas, disseram os advogados.

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