Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 9 de agosto de 2024
O colesterol alto, ao longo dos anos, contribui para um processo de aterosclerose, que é a formação de placas nas artérias de todo o corpo, inclusive nas artérias coronárias, que são as que irrigam o coração. Quando esse processo evolui, pode haver obstrução dessas artérias, levando o indivíduo a apresentar angina ou até mesmo infarto do miocárdio.
Segundo a cardiologista Dra. Bruna Miliosse, do Hospital Icaraí, as principais doenças causadas pelo colesterol alto são: infarto do miocárdio, o acidente vascular encefálico e as doenças arteriais periféricas, que podem levar a obstruções nas artérias das pernas, dentre outras doenças.
A especialista alerta que a doença pode acometer qualquer indivíduo, independentemente da faixa etária, e os sintomas variam de acordo com a doença. No caso da doença isquêmica do coração, os sintomas podem ser diversos, tais como: dor no peito, dor no braço esquerdo, falta de ar, sudorese intensa e até desmaios. No caso do acidente vascular encefálico, pode haver desmaios, alterações nos movimentos das pernas, dos braços ou do rosto, assim como alterações de sensibilidade, alterações visuais, dentre outros sintomas.
“A doença é silenciosa e perigosa, pois, como a pessoa não sente nada, não procura o médico logo. Então, o diagnóstico se torna mais tardio”, explica Miliosse.
Para a médica, a prevenção é feita por meio de uma alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes e grãos integrais, além da prática de exercícios físicos regulares.
“Existem ainda os grupos de risco, geralmente os pacientes com outras doenças concomitantes, como o diabetes. Nesses casos, o risco cardiovascular do indivíduo pode ser maior”, finaliza.
Nível do colesterol
Para identificar o nível do colesterol no organismo é realizado um exame de sangue simples, em que é dosado o colesterol e outro lipídio fundamental, que são os triglicerídeos. “Devemos fazer essa dosagem para toda a população a partir dos 8 ou 10 anos de idade, às vezes, até antes, quando existirem fatores de risco”, recomenda o médico e supervisor do programa de residência em endocrinologia do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF), Ricardo Martins.
Para quem tem familiares de primeiro grau com colesterol elevado a atenção deve ser redobrada, pois, quanto mais cedo for feito o diagnóstico mais precoce será a determinação do tratamento, que pode ir desde dieta e atividade física a, até mesmo, o uso de medicações orais ou injetáveis, variando conforme o nível de colesterol e se há presença de outras comorbidades.
Existem dois tipos de colesterol: o HDL, também chamado de colesterol bom e o LDL, que é o colesterol ruim. O LDL quando se encontra em nível elevado na corrente sanguínea provoca alteração no interior das artérias propiciando o acúmulo e a formação de placas de gordura conhecida como aterosclerose.
Isso pode acontecer no cérebro, no coração, nos rins, nas pernas ou em qualquer outro órgão. “Quando isso acontece no coração ele prejudica o fluxo sanguíneo pelo músculo do coração e pode levar a angina, ao infarto e até mesmo a complicações mais importantes como a insuficiência cardíaca, que é quando o coração sem oxigênio ele acaba crescendo e ficando fraco”, esclarece o professor e chefe do Serviço de Cardiologia do HC-UFG/EBSERH, Aguinaldo Freitas Jr.
Aguinaldo Freitas observa que é comum associarem a presença de colesterol alto apenas às pessoas que estão sedentárias e obesas. “Claro que há um risco maior de desenvolver colesterol alto porque o sedentarismo e a dieta inapropriada estão associados a maior produção de colesterol, mas, pessoas magras e ativas também podem ter índices de colesterol muito elevados, isso porque, a maior parte do colesterol do nosso corpo vem da produção interna do organismo, não do consumo externo ou da dieta inapropriada” exemplifica ele.
A nutricionista e pesquisadora da Liga de Hipertensão Arterial do HC-UFG/EBSERH, Ana Paula Perillo, ressalta que uma alimentação saudável é indispensável para a saúde e que a dieta cardioprotetora é uma excelente aliada para a saúde do coração.
“A dieta cardioprotetora, baseada nas cores da bandeira do Brasil, foi elaborada com base em alimentos tipicamente brasileiros. Os alimentos de cor verde sãos mais cardioprotetores e incluem frutas, verduras, oleaginosas como o feijão e iogurte desnatado. Os de cor amarela são os mais energéticos e devem ser consumidos moderadamente como alimentos integrais, azeite, castanhas. Na cor azul ficam as proteínas, sugerimos preferir as carnes brancas, peixes, frango sem pele e queijos brancos”, detalha a nutricionista.
A meta é desembalar menos e descascar mais, incluindo apenas alimentos in natura e minimamente processados. “Devemos investir nas gorduras insaturadas, com alimentos fonte de origem vegetal, como castanhas, azeite, óleo vegetal, abacate, linhaça, chia e alguns peixes”, finaliza a nutricionista.