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Geral Maduro descarta negociar com a oposição e pede que a líder María Corina Machado se entregue à Justiça venezuelana

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A disputa eleitoral foi marcada por tensões e denúncias de fraude. (Foto: Reprodução)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, descartou nessa sexta-feira (9) negociar uma saída do poder com a líder da oposição, María Corina Machado, e pediu que ela se entregue à Justiça venezuelana. “O único que tem que negociar neste país com a Machado é o procurador-geral, que ela se entregue à justiça, dê a cara e responda pelos crimes que cometeu. De verdade, essa é a única negociação que cabe aqui”, declarou Maduro em uma coletiva de imprensa no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).

A fala de Maduro é uma resposta a María Corina Machado, que disse nessa sexta (9) estar disposta a fazer uma “transição negociada” de poder e ofereceu “garantias, salvo-conduto e incentivos” para que Maduro deixe o poder na Venezuela.

Maduro e os líderes da oposição, María Corina Machado e o candidato Edmundo González, encontram-se em um impasse desde as eleições na Venezuela, em 28 de julho. Maduro foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) com 51,2% dos votos, mas sem divulgar as atas eleitorais. A oposição e a comunidade internacional contestam o resultado do CNE e dizem que González foi o vencedor do pleito com base em uma contagem paralela.

María Corina Machado e Edmundo González estão escondidos desde as eleições, porque estão sob ameaças de prisão do presidente. Ele os responsabilizou pela onda de protestos que tomaram o país desde a votação, que têm repressão das Forças Armadas a mando de Maduro e já têm mais de 20 mortos e dezenas de feridos. Maduro chegou a dizer que eles “têm que estar atrás das grades” e que “a Justiça vai chegar”.

María Corina Machado, opositora de Maduro, disse que oferecerá “garantias, salvo-conduto e incentivos” para que Nicolás Maduro deixe o poder na Venezuela.

“Estamos decididos a avançar em uma negociação. Será um processo de transição complexo, delicado, no qual uniremos toda a nação”, disse Machado em entrevista à agência de notícias AFP.

Após a fala da opositora, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, ofereceu “asilo político” a Maduro e sua família.

O bloco da oposição da Venezuela alega que venceu as eleições realizadas em julho no país. A Justiça eleitoral, aliada de Maduro, afirmou que o presidente foi reeleito, mas não apresentou as atas eleitorais, os documentos que registram os votos de cada local de votação, para provar o resultado.

“Estamos decididos a avançar em uma negociação. Será um processo de transição complexo, delicado, no qual uniremos toda a nação”, afirmou Machado.

Na entrevista, a oposicionista também ressaltou que a comunidade internacional é “corresponsável pelo que acontece na Venezuela”, razão pela qual pediu mais esforços para apoiar a reivindicação de vitória da oposição.

As perguntas da agência de notícias foram respondidas por María Corina Machado por áudio. Ela segue no esconderijo onde está desde semana passada por temer por sua vida.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que correspondente à Justiça eleitoral e é acusado de chavismo, proclamou a vitória de Maduro por 52% dos votos, embora não tenha publicadoas atas, alegando que o seu sistema foi hackeado.

A oposição afirma que o seu candidato, Edmundo González Urrutia, venceu as eleições com 67% dos votos e apresenta como prova um site com cópias de mais de 80% das atas digitalizadas, às quais o grupo teve acesso por meio de representantes que compareceram à grande maioria dos locais de votação.

No sábado (3), uma contagem independente das atas eleitorais feita pela agência de notícias Associated Press (AP) com base nessas atas indicou que o candidato oposicionista venceu o pleito, realizado na semana passada, com uma diferença de 500 mil votos.

“Maduro perdeu completamente, absolutamente, a legitimidade. Todos os venezuelanos e o mundo sabem que Edmundo González venceu de forma esmagadora e que Maduro pretende impor a maior fraude da história deste país. Sinto-me profundamente orgulhosa do que fizemos, do que a sociedade venezuelana fez, superando todos os obstáculos nas eleições mais desiguais e arbitrárias em termos de abusos e abusos do regime”, afirma a líder da oposição. As informações são da agência de notícias AFP.

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