Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de agosto de 2024
Circulam pelas redes sociais publicações que atribuem à deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) a afirmação de que “a seca no Nordeste é cultural, quase um patrimônio” e que, por isso, “não deve ser destruída”. A informação é falsa.
Mensagens com esse conteúdo começaram a ser compartilhadas no final de 2018 e começo de 2019 e voltaram a circular em abril deste ano. Algumas chegam a simular o print de uma postagem da jornalista Mônica Bergamo, da “Folha de S.Paulo”, no Twitter.
A imagem diz que a deputada entrou com uma liminar contra o projeto de dessalinização de água para abastecer a região Nordeste, proposto pelo presidente Jair Bolsonaro. Na época em que a mensagem falsa começou a circular, o presidente havia anunciado a intenção de fazer parceria com o governo de Israel para importação da tecnologia de dessalinização do país.
O Partido dos Trabalhadores (PT), do qual Hoffmann é presidente nacional, informou, na época, que a deputada não deu as declarações sobre o Nordeste nem entrou com liminar contrária ao projeto.
“Isso é mentira, totalmente fake, não caiam nessa. Nunca falei isso pra Mônica Bergamo ou para qualquer outra pessoa. Essa turma do novo governo faz isso pra destruir o PT e seus militantes. Acabar com a seca no Nordeste sempre foi nosso objetivo, do PT e do Lula. Fomos nós que implantamos as cisternas e iniciamos a transposição do São Francisco”, declarou Gleisi.
O tuíte que viralizou foi publicado por uma conta que parodiava a jornalista e postava conteúdos falsos. A própria Monica Bergamo anunciou, em janeiro de 2019, que a conta e a publicação virais não foram feitas por ela: “Tentam usar a credibilidade do nosso trabalho jornalístico para enganar as pessoas”.
Posteriormente, a jornalista divulgou que o perfil falso foi suspenso porque “fingia ser paródia mas, na verdade, induzia ao erro e disseminava infos falsas”. A conta segue suspensa por violar as regras do Twitter.
Projetos de dessalinização já existem no Brasil desde 2004 com tecnologia nacional. Até 2018, quando o presidente anunciou a parceria com Israel, havia 585 sistemas de dessalinização distribuídos entre Ceará, Paraíba, Sergipe, Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas e Bahia.
Bolsonaro criou, em 2019, o Programa Água Doce. Por meio dele, foram instalados 170 sistemas de dessalinização na região naquele ano.