Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2024
Não foram identificados, porém, sons de alertas de presença de fogo, falha elétrica ou de pane no motor.
Foto: Divulgação/FABAnálise preliminar do gravador de voz da cabine do avião da Voepass que caiu com 62 pessoas a bordo em Vinhedo, no interior de São Paulo, na última sexta-feira (9) indica que o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva perguntou ao piloto Danilo Santos Romano o que estava acontecendo após perceber que a aeronave estava perdendo sustentação. De acordo com reportagem exibida pelo Jornal Nacional, da TV Globo, nessa quarta-feira (14), até o avião cair se passou cerca de 1 minuto e a gravação é finalizada com gritos.
Ainda de acordo com a TV Globo, o Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) transcreveu cerca de duas horas de conversa entre o piloto e o copiloto. Entretanto, não foi possível identificar até o momento a causa para a queda do avião. Como o avião modelo ATR 72-500 tem as hélices muito próximas da cabine, o excesso de barulho dificultou a compreensão dos diálogos. Não foram identificados sons de alertas de presença de fogo, falha elétrica ou de pane no motor.
Segundo investigadores ouvidos pelo Jornal Nacional, o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva chegou a dizer que era preciso dar potência para estabilizar a aeronave e impedir a queda depois que percebeu que o avião estava perdendo sustentação. O relatório preliminar sobre o acidente deve ficar pronto em 30 dias.
As causas estão sendo investigadas pelo Cenipa, ligado à Força Aérea Brasileira (FAB). É o acidente com o maior número de vítimas desde a queda da aeronave da TAM, em São Paulo, em 17 de junho de 2007, que vitimou 199 pessoas. A Voepass diz que a aeronave, do tipo ATR, estava em boa condição e havia passado por manutenção. O modelo, considerado seguro, é bastante usado na aviação comercial em viagens curtas.
Em nota, a Força Aérea Brasileira, por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, afirmou que nenhum veículo de imprensa teve acesso aos áudios, transcrições, tampouco aos dados dos gravadores de voo, popularmente conhecidos como caixas-pretas (Cockpit Voice Recorder e Flight Data Recorder) da aeronave de matrícula PS-VPB, envolvida no acidente aeronáutico em Vinhedo (SP).
“O CENIPA destaca, ainda, que segue estritamente os protocolos específicos estabelecidos pela Lei nº 7.565/1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA), pelo Decreto nº 9.540/2018 e pelo Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional, de 1944”, diz.