Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 17 de agosto de 2024
Hospitais e clínicas em toda a Índia iniciaram uma paralisação de 24 horas nesse sábado (17) em protesto contra o estupro e assassinato de uma médica no Hospital Universitário RG Kar, na cidade de Calcutá, no leste do país. Segundo a Reuters, mais de um milhão de profissionais da saúde devem se unir ao movimento.
“As mãos que curam não deveriam sangrar”, dizia um cartaz escrito por um manifestante em Calcutá, onde milhares de pessoas participaram de uma vigília com velas até altas horas da madrugada de sábado.
“Já basta”, dizia outra faixa em uma manifestação na capital, Nova Délhi.
A greve interrompeu o acesso a procedimentos médicos eletivos e consultas ambulatoriais, de acordo com comunicado da Associação Médica Indiana (IMA). Os atendimentos emergenciais continuam normalmente.
“Pedimos a compreensão e o apoio da nação nesta luta por justiça para seus médicos e suas filhas. As mulheres formam a maioria da nossa profissão neste país. Pedimos segurança para elas,” disse o presidente da IMA, R. V. Asokan, à Reuters na sexta-feira (16).
O governo indiano se reuniu com representantes de associações médicas nesse sábado para pressionar médicos a regressarem às suas funções.
Sobre o caso
Uma médica residente de 31 anos foi estuprada e assassinada na última semana dentro da faculdade de medicina em Calcutá, onde trabalhava.
Investigadores convocaram vários estudantes de medicina da universidade para apurar as circunstâncias do crime. Segundo a Reuters, um suspeito está sob custódia.
A violência sexual está sob os holofotes indianos desde o brutal estupro coletivo e assassinato de uma estudante de 23 anos em um ônibus em Nova Délhi, em 2012. O ataque deu início a uma onda de protestos e inspirou leis mais severas para crimes de abuso.
Apesar disso, ativistas de direitos humanos dizem que o governo ainda não está fazendo o suficiente para proteger as mulheres e punir os agressores.
Problema crônico
As agressões sexuais contra as mulheres são um problema crônico na Índia, com uma média de quase 90 estupros diários denunciados em 2022, em um país com 1,4 bilhão de habitantes.
O estupro e assassinato de uma jovem em um ônibus em Nova Délhi, em 2012, chocou o mundo e desencadeou imensas manifestações no país.
Sob a pressão da opinião pública, o governo indiano promulgou penas mais duras para os estupradores, incluindo a pena de morte para os reincidentes.