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Geral Empresas aéreas brasileiras perderam juntas R$ 500 milhões com a crise climática no Rio Grande do Sul

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A desvalorização do real contra o dólar, somada à crise no RS, trouxe turbulência às companhias aéreas do Brasil no segundo trimestre. (Foto: Reprodução)

A desvalorização do real contra o dólar, somada à crise no Rio Grande do Sul, trouxe turbulência às companhias aéreas do Brasil no segundo trimestre. Juntas, Latam, Azul e Gol tiveram quase meio bilhão de reais de impacto negativo nos números, com os gaúchos praticamente desaparecendo do mercado aéreo.

Com esse cenário, a Gol registrou prejuízo líquido de R$ 3,9 bilhões, a maior perda desde o início da série história do Valor Pro (serviço de informações do mercado em tempo real desenvolvido pelo jornal Valor Econômico), em 2008. Já a Azul teve seu maior prejuízo desde o primeiro trimestre de 2020, com um resultado negativo de R$ 3,8 bilhões. O câmbio teve fator central, mas isso não significa efeito imediato no caixa, já que se trata de um ajuste em reais do valor das dívidas em dólar, boa parte com vencimento no longo prazo.

Juntas, as três maiores aéreas do Brasil tiveram receita de R$ 24,9 bilhões no trimestre, alta de 17% no ano, sobretudo com o avanço da Latam, que cresceu em volume e também com a diferença entre o câmbio nos períodos. Gol e Azul, entretanto, viram as receitas caírem 5% e 2,3%, respectivamente. No total, as empresas transportaram 33,2 milhões de passageiros, alta de 6,2%.

O yield (preço pago para voar um km) caiu 3,4% no trimestre, para R$ 0,452, sobretudo com os gaúchos fora do mercado. Os viajantes do Estado costumam ter um ticket médio mais elevado.

“Cerca de 10% da demanda no Brasil desapareceu no trimestre”, disse John Rodgerson, CEO da Azul, em conversa com jornalistas. A empresa foi a mais afetada por causa das chuvas, com R$ 200 milhões a menos no balanço.

Outro fator a comprometer os resultados foram os atrasos nas entregas de aviões, reflexo da cadeia de suprimentos ainda complexa. Com isso, a Azul viu sua oferta de assentos em voos internacionais cair em 8% no segundo trimestre, na comparação anual. A aposta da Azul é de melhora na oferta para fora do Brasil, com a chegada de mais aviões. O grupo espera receber mais duas aeronaves Airbus A330 em setembro e outros dois no início de 2025.

O cenário de oferta de aviões, entretanto, deve demorar a se normalizar. “As coisas pioraram ao invés de melhorar. Todos estão com esse problema. A questão de falta de motores vai demorar mais de cinco anos para se resolver”, disse Rodgerson.

Alexandre Wagner Malfitani, diretor vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Azul, destacou ainda que a empresa iniciou conversas com os arrendadores numa tentativa de renegociar vencimentos.

Uma reestruturação de US$ 800 milhões fechada pela Azul com arrendadores prevê parte dos pagamentos com emissão de ações a R$ 36, mas hoje o papel é negociado a R$ 7. Os pagamentos começam no terceiro trimestre deste ano, com total de R$ 240 milhões no semestre. Uma conversão, neste cenário, representaria uma ampla diluição dos acionistas da empresa.

A Gol, que atravessa uma recuperação judicial nos Estados Unidos, viu suas perdas dispararem. A receita trimestral da empresa totalizou R$ 3,937 bilhões, queda de 5% em um ano. No trimestre, foram transportados 6,7 milhões de passageiros, baixa de 4%. A empresa tem sido mais comedida em suas manifestações desde o início da reestruturação, e não realiza mais teleconferência para comentar os resultados.

Beneficiada por um “Chapter 11” no meio da pandemia, a Latam tem conseguido crescer no mercado brasileiro e, hoje, responde por mais de 40% da demanda por voos domésticos.

Em conversa recente com jornalistas, Jerome Cadier, presidente da Latam Brasil, destacou o salto de destinos no país, de 43 antes da pandemia para 56 agora. Apenas o mercado doméstico do Brasil representou 35% da receita de passageiros da empresa.

Cadier destacou que a Latam adicionou um milhão de assentos no mercado doméstico do Brasil no primeiro semestre, quando comparado com o ano passado. “Estamos firmes com a meta de colocar, neste ano, três milhões de assentos a mais do que voamos em 2023”, disse.

Todo o setor acendeu um sinal de alerta com os debates sobre a reforma tributária, e seus efeitos na aviação. Segundo Cadier, o atual desenho do texto pode levar a tarifa aérea no Brasil a subir entre 15% e 20%. O executivo destacou que, mesmo com o benefício à aviação regional, a nova tributação vai continuar “violentíssima” para as companhias.

Embora tenha hoje uma situação financeira melhor que suas pares, a Latam também tem uma crise para lidar: a queda do voo da Voepass em Vinhedo, interior de São Paulo, que matou 62 pessoas. A Latam é parceira da aérea e o voo envolvido no acidente era operado dentro de um acordo de compartilhamento (“codeshare”) entre as duas empresas.

A ligação entre Latam e Voepass entrou na mira de clientes, que chegaram a pedir o fim da parceria, ao passo que a Latam mantém firme a operação. Nos bastidores, fontes destacaram que a sobrevivência da empresa está de novo nas mãos da Latam. As informações são do jornal Valor Econômico.

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