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Economia O presidente do Banco Central disse que “nunca houve um espírito de equipe tão grande no Banco”

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Campos Neto revelou que o Banco Central esteve muito perto de intervir no câmbio. 

Foto: Pedro França/Agência Senado
Campos Neto revelou que o Banco Central esteve muito perto de intervir no câmbio. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

Nunca houve um espírito de equipe tão grande no Banco Central (BC), disse o presidente Roberto Campos Neto em entrevista ao jornal O Globo, negando que haja conflitos neste momento dentro do BC. Sobre a possibilidade de aumento de juros, Campos Neto diz que o Comitê de Política Monetária (Copom) não quis antecipar o que acontecerá na próxima reunião (dar guidance), mas lembra que a situação internacional melhorou muito nas últimas semanas e alerta que o mercado está falando em alta da Selic, mas os economistas não.

Campos Neto revelou que o Banco Central esteve muito perto de intervir no câmbio.

“A gente sempre disse que se fosse necessário subir os juros, subiria, mas não lembro de ter falado de alta de juros. O mercado já vinha colocando um pouco de expectativa de alta na curva. Mas não depende só do mercado, precisa olhar o cenário daqui para frente. A economia está forte, parte do mercado de trabalho está forte, a inflação em 12 meses bateu 4,5%, mas vai cair um pouco, e os próximos números vão ser melhores”, disse.

Sobre as brigas entre o governo e o BC, Campos Neto reiterou que queria uma transição tranquila para o futuro comandante do Banco Central brasileiro.

“A transição está sendo super suave. As últimas duas reuniões do Copom, não lembro de ter tido espírito de equipe tão grande entre todos nós. A gente diz, fizemos um negócio aqui, deu ruído grande, entendemos o ruído. Não foi pela divisão em si, foi pela percepção de que a divisão poderia ter sido política. Não lembro, durante muito tempo aqui, de o grupo estar tão coeso como está hoje. Então acho que isso é sinal que a transição está sendo suave. Eu me comprometi a fazer isso”, afirmou.

Em palestra nesta terça-feira (20), o banqueiro central, que termina o mandato em 31 de dezembro deste ano, também deu outros recados ao futuro presidente do BC.

“Espero que meu sucessor não seja criticado, não seja julgado pela cor da camisa que ele veste, ou se ele foi a festa, ou se participou de uma homenagem de um jeito ou de outro, mas que seja julgado pelas decisões técnicas que ele tomou. Eu tenho certeza que quem está no BC não tem como não estar perto do governo de parlamentares, porque você precisa fazer esse trabalho para aprovar seus projetos, mas precisa ter a capacidade de diferenciar o que é proximidade e o que é autonomia e independência”, disse.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem criticando duramente a atuação de Campos Neto nos últimos meses. Dizendo inclusive que o banqueiro central tem “atuado contra o Brasil” e que ele teria “lado político”.

Segundo o presidente, isso teria sido demonstrado em encontros com o governador de São Paulo Tarcisio de Freitas, um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e principal nome do partido rival para concorrer às eleições em 2026 – no encontro, Campos Neto teria sido sondado para futuro ministro da Fazenda caso Tarcisio vença, o que já foi negado pelo banqueiro central diversas vezes.

Campos Neto reforçou que não quer atuar na iniciativa pública, embora os últimos anos tenham sido “excelentes”, e que está concentrando as forças na transição de comando – que deve acontecer já nas próximas semana – para que “as pessoas entendam que tudo tem continuidade” e que o BC continue perseguindo a meta de inflação, mesmo que isso signifique subir juros.

O nome mais provável para assumir o BC é o do diretor de política monetária, Gabriel Galípolo. O economista, que foi número dois do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já declarou publicamente que fará “o que for preciso” para perseguir a meta de inflação, inclusive aumentar juros. Ele deve ser sabatinado no Senado Federal antes das eleições municipais marcadas para outubro.

 

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https://www.osul.com.br/o-presidente-do-banco-central-disse-que-nunca-houve-um-espirito-de-equipe-tao-grande-no-banco/ O presidente do Banco Central disse que “nunca houve um espírito de equipe tão grande no Banco” 2024-08-20
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