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Economia Diretor do Banco Central diz que não existe “sentimento perverso” contra o crescimento do País, mas que é preciso evitar “desarranjos”

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Gabriel Galípolo disse que a melhora das perspectivas para a atividade econômica é um dos pontos de atenção. (Foto: Reprodução/YouTube)

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou que os integrantes do Copom vão aguardar as próximas quatro semanas até o encontro do colegiado em setembro para reunir “o maior número de dados” e definir a nova Selic – hoje em 10,5% ao ano. Mas ele repetiu que “vamos com todas as possibilidades em cima da mesa para a próxima reunião”.

“Está colocada a possibilidade de alta da Selic, mas faltam quatro semanas para a reunião. Estamos a quatro semanas do próximo Copom, precisamos observar vários dados”, afirmou ele, durante evento com empresários e políticos em Belo Horizonte (MG). “O cenário está aberto para a próxima reunião. Vamos observar IPCA, IPCA-15, Caged, Pnad, PIB, lá fora, a própria fala do presidente (Jerome Powell) do Federal Reserve (o banco central americano).”

Galípolo disse que a melhora das perspectivas para a atividade econômica é um dos pontos de atenção, e o BC tem por função “tomar os cuidados para que esses indicadores não se transformem em um desarranjo”. Entre esses indicadores, ele citou o menor nível de desemprego desde 2014, um crescimento da renda e um mercado de trabalho apertado por diversas métricas e as estimativas para o PIB – que têm sido revistas sistematicamente para cima.

“Obviamente que todos nós, inclusive no Banco Central, entendemos como um êxito a possibilidade de que as pessoas possam ganhar mais dinheiro, possam ter mais oportunidades, encontrar mais emprego. Ninguém tem nenhum tipo de sentimento perverso para torcer pelo contrário”, comentou. “Mas a função do Banco Central é zelar pela inflação, é tomar cuidado para que esses indicadores não se transformem em um tipo de desarranjo que sinalize o crescimento da demanda numa velocidade muito descompassada com o crescimento da oferta.”

Segundo operadores, as novas declarações de Galípolo ajudaram a impulsionar o mercado ontem, que teve um dia de recorde histórica na

Bolsa e de queda do dólar.

Lula

Questionado durante o evento, Galípolo respondeu que nunca sofreu pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tomar uma atitude em determinada direção. “O que eu posso fazer é dar um testemunho no sentido contrário (ao do intervencionismo de Lula).” Até aqui, Galípolo é o nome mais forte para substituir Roberto Campos Neto na presidência do BC (seu mandato expira no fim do ano). A partir de 2025, a diretoria do BC será composta, majoritariamente, por integrantes indicados por Lula.

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