Por Redação O Sul | 22 de abril de 2015
Um site que fornece ilegalmente dados de internautas está provocando polêmica entre os usuários da rede. Qualquer um pode ter acesso a informações como o número de CPF usando a aba de pesquisa da página, basta digitar apenas uma parte do nome da pessoa. A única restrição é um limite máximo de buscas diárias para cada usuário.
Segundo os termos de uso do site, as informações, que seriam públicas e de livre acesso, foram coletadas da própria web. No entanto, o especialista em segurança na internet, o professor da UnB (Universidade de Brasília) Marcelo Barra, explicou que dados como o CPF são sigilosos e restritos à Receita Federal.
Ele destacou que a divulgação dessas informações é ilegal, no entanto é de fácil acesso. “Existem empresas que coletam esse tipo de informação por meio de softwares para comercializá-la. Também podem ocorrer vazamentos no banco da Receita, mas qualquer uma dessas formas de obter CPFs é ilegal. Apesar disso, nome completo e CPF não são as informações mais difíceis de se conseguir na internet. Eu diria até que são dados triviais de serem coletados”, afirmou.
Barra alertou ainda para o risco dessas informações serem usadas por estelionatários para fraudar documentos e contas.
O site também disponibiliza detalhes sobre os acessos, como quantas pessoas procuraram por um nome específico em um dado período, além de gerar gráficos com a quantidade de nomes iguais registrados no banco de dados da página.
O brasiliense Luciano Lopes encontrou os nomes e CPFs de 28 parentes no banco de dados irregular, entre eles os de dois sobrinhos: um de 5 anos e outra de 1 ano. Também apareceram nas buscas o CPF de três familiares que já morreram há mais de dez anos – no caso da tia de Luciano, o CPF constava como regular.
Ele reclamou da exposição dessas informações na web. “Me sinto muito vulnerável. O meu maior receio é a má utilização dos CPFs por pessoas mal intencionadas. Inclusive estou orientando aos parentes que tiveram o CPF divulgado a registrar queixa em suas cidades”, disse Lopes.
Por meio de nota a Receita negou que tenha ocorrido vazamento de informações do órgão e por isso, não caberia ao Fisco tomar qualquer providência em relação ao fato. (AG)
