Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 26 de agosto de 2024
A SpaceX, do bilionário Elon Musk, quer alcançar uma nova etapa em sua empreitada no setor aeroespacial. A meta da empresa agora é realizar a primeira caminhada espacial da história em uma missão comercial, batizada de Polaris Dawn. Neste caso será usada a nave Crew Dragon, e não a Starship, a maior do mundo.
A missão poderá atingir outro feito: alcançar 1.400 km de altitude, o que será o ponto mais distante da Terra alcançado por humanos desde o programa Apollo, encerrado em 1972. A Estação Espacial Internacional (ISS), por exemplo, fica a 420 km da Terra.
O plano é levar quatro passageiros em um voo de cinco dias partindo do Kennedy Space Center, base da Nasa, na Flórida, Estados Unidos. O lançamento está previsto para as 4h38 (horário de Brasília) desta terça-feira (27), mas poderá ser adiado para o final da manhã ou para quarta-feira (28).
No terceiro dia, dois passageiros da Polaris Dawn poderão deixar a nave e flutuar no espaço por alguns instantes, a 700 km da Terra. Esta será a primeira missão do programa Polaris, organizado pelo bilionário Jared Isaacman, um dos passageiros deste voo. Outros dois voos dentro dessa iniciativa são previstos pela SpaceX, incluindo um com a Starship, a maior nave espacial do mundo.
Cinco dias
A expectativa é de que o voo tenha cinco dias de duração, com momentos-chave da missão logo após o lançamento. Segundo a SpaceX, os primeiros minutos após a decolagem devem seguir as etapas abaixo:
Como será a caminhada espacial? Flutuar no espaço exigirá uma preparação nas 45 horas anteriores, segundo a agência de notícias Reuters. Os tripulantes passarão por um processo de “pré-respiração”, voltado para preencher a cabine da nave apenas com oxigênio. A ideia é evitar a presença de nitrogênio, que, se estiver na corrente sanguínea, pode bloquear o fluxo de sangue nos passageiros.
Antes da saída, a Crew Dragon é despressurizada e exposta ao vácuo do espaço. A caminhada espacial também exige trajes específicos, que foram desenvolvidos pela SpaceX para esta missão. O uniforme batizado de traje para atividade extraveicular (EVA, na sigla em inglês) foi fabricado com materiais dos foguetes da empresa, um visor e uma câmera de última geração no capacete, além de tecidos térmicos e um design que promete dar mais mobilidade aos astronautas.
Representantes da SpaceX e os passageiros da Polaris Dawn dizem que planejaram vários cenários de contingência caso algo dê errado na missão, como vazamento de oxigênio ou falha para vedar novamente o domo da Crew Dragon.
Os passageiros
Jared Isaacman (comandante), presidente-executivo do serviço de pagamentos americano Shift4. Em 2021, ele bancou e participou da missão Inspiration4, também da SpaceX, em que tripulantes civis ficaram na órbita da Terra durante três dias, sem a presença de astronautas profissionais, sum feito histórico no turismo espacial.
Scott Poteet (piloto), tenente-coronel aposentado da Força Aérea americana.
Sarah Gillis (especialista de missão), engenheira de operações espaciais da SpaceX, responsável pelo programa de treinamento da empresa para astronautas.
Anna Menon (especialista de missão e médica), engenheira de operações espaciais da SpaceX e responsável por gerenciamento de missões.
Isaacman tem uma fortuna de quase US$ 2 bilhões (R$ 11 bilhões). Ele é o único da tripulação com experiência em voos espaciais – em 2021, ele financiou a Inspiration4, primeira missão espacial totalmente civil a orbitar a Terra. Isaacman também está financiando o programa Polaris e, apesar dele ter se recusado a dizer quanto gastou, estima-se que o valor tenha chegado a US$ 100 milhões (R$ 550 milhões), segundo a Reuters.
Os passageiros estão se preparando há dois anos para a missão, período em que treinaram paraquedismo, pilotagem de aeronaves, voo em gravidade zero, entre outras técnicas. As informações são do G1.