Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de agosto de 2024
Internado há cerca de um ano no Hospital Samaritano, em Botafogo, no Rio de Janeiro, o ex-deputado federal e ex-presidente nacional do PTB Roberto Jefferson foi citado por oficial de justiça sobre o processo movido pela agente da Polícia Federal (PF) Karina Lino Miranda de Oliveira, em que ela pede R$ 300 mil de indenização por danos morais.
Karina foi vítima da reação do ex-presidente nacional do PTB contra a equipe de policiais federais que foi a sua residência, em Levy Gasparian, para cumprir um mandado de prisão, pouco antes das eleições de 2022.
Entrincheirado na varanda, o ex-parlamentar disparou mais de 60 tiros de fuzil e jogou três granadas na direção dos policiais federais, que tentavam abrir o portão eletrônico. Estilhaços atingiram a cabeça da agente, que correu para se abrigar atrás de um muro. Ela passou por cirurgias estéticas. Além de Karina, também ficou ferido na ação o delegado federal André Côrtes Villela.
À época da abertura da ação contra Jefferson, a advogada da agente, Estela Lopes, a agente teve sua imagem exposta pelo ex-deputado federal. Isso teria resultado em lesões físicas, estéticas, psicológicas, à imagem e à honra da policial, que perduram até hoje.
“Ela teve perda de sensibilidade tanto na região do quadril quanto na região do rosto. Ela ficou com cicatrizes e teve sua imagem exposta diretamente por ele, quando ele gravou e publicou imagens dos policiais em redes sociais, o que fez com que ela sofresse também uma perseguição”, afirmou Estela.
Outro tiro atingiu a região do quadril, mas a bala foi amortecida por equipamentos da policial. Ainda assim ela teve que ser submetida a cirurgias, segundo a advogada.
Desde a prisão, Roberto Jefferson estava em Bangu 8. Em junho do ano passado, foi transferido para fazer tratamento no Samaritano. O juiz Eduardo Buzzinari Ribeiro, da 1ª Vara da Comarca de Três Rios e Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro, deu prazo de 15 dias úteis para o ex-deputado oferecer contestação da ação.
PGR
No fim do mês passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer pela manutenção da prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson.
Jefferson foi preso em outubro de 2022, às vésperas do segundo turno das eleições, após oferecer resistência armada ao cumprimento do mandado de prisão decretado pelo ministro Alexandre de Moraes. O mandado foi expedido depois que o ex-parlamentar publicou um vídeo na internet no qual ofendeu a ministra Cármen Lúcia com palavras de baixo calão.
Para a PGR, Jefferson deve continuar preso, mas uma junta médica oficial deverá apontar as condições de saúde do ex-parlamentar. De acordo a defesa, Roberto Jefferson tem problemas de saúde que impossibilitam a manutenção da prisão. Entre as doenças citadas pela defesa está a colangite, uma inflamação no fígado.