Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de agosto de 2024
Um tufão de força extrema para o qual o Japão já vem se preparado há duas semanas tocou o solo no país nessa quinta-feira (29). Batizado de Shanshan, o fenômeno entrou no Japão pela ilha de Kyushu, no sul, e deixou três mortos, segundo autoridades locais.
Milhões de pessoas tiveram de deixar suas casas por conta da passagem do tufão, que, nessa manhã, avançava em direção à província de Kagoshima, na ponta sul do Japão, segundo o departamento meteorológico japonês.
Na véspera, o porta-voz do governo japonês, Yoshimasa Hayashi, havia alertado que o Shanshan, “extremamente forte”, traria “ventos violentos, ondas altas e uma tempestade em níveis nunca vistos por muitas pessoas”.
“Nunca vi um vento ou tornado tão forte em meus 31 anos de vida”, disse à agência de notpicias Reuters o morador da cidade de Miyazaki Tomoki Maeada. Ele disse que estava dentro do carro quando o tufão passou por sua cidade, quebrando janelas e derrubando linhas de energia e a fachada de alguns edifícios.
Em Gamori, três pessoas morreram por conta de um deslizamento de terra causado pelas tempestades: um casal de cerca de 70 anos e um filho deles, segundo a agência de notícias local Kyodo.
Autoridades registraram ventos de 252 quilômetros por hora na região, e a agência meteorológica japonesa disse que deve chover metade da quantidade anual de chuva que costuma cair na região.
A tempestade também já causou fortes chuvas em grande parte do país, provocando um deslizamento de terra na cidade de Gamagori na terça, que soterrou uma casa onde vivia uma família de cinco membros.
Vigilância máxima
A Agência Meteorológica do Japão (JMA) pediu ao público que permaneça em “vigilância máxima” devido ao risco de fenômenos como “tempestades violentas, ondas de tempestade e marés altas em Kagoshima; deslizamentos de terra e inundações em áreas baixas; e transbordamento de rios no sul de Kyushu”.
Espera-se um recorde de chuvas no sul de Kyushu.
Em resposta, a gigante do setor automobilístico Toyota suspendeu a produção em suas 14 fábricas no Japão e a Nissan e a Honda interromperam temporariamente as operações em suas fábricas em Kyushu.
A ilha abriga grandes fábricas de semicondutores, e algumas delas também foram fechadas por precaução devido à tempestade, como a Tokyo Electron.
O transporte também foi afetado pelo tufão, que forçou a Japan Airlines e a ANA a cancelar mais de 1.000 voos domésticos e internacionais na quinta e sexta-feira, afetando mais de 44 mil passageiros.
Várias conexões ferroviárias foram interrompidas e o trem de alta velocidade (Shinkansen) parou de funcionar entre as cidades de Hakata e Tóquio.
Tufâo Ampil
De 15 a 17 de agosto, outro tufão, o Ampil, também causou o cancelamento de centenas de voos e trens no Japão, mas deixou apenas feridos e danos menores. De acordo com um estudo publicado no mês passado, os tufões na região do Pacífico estão se formando mais perto da costa, intensificando-se mais rapidamente e permanecendo em terra por mais tempo devido às mudanças climáticas.