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Variedades Fabio Assunção: “Meus 53 anos são uma libertação”

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"Não é uma permissividade, não é uma torcida para que todo mundo use. É tirar isso do crime organizado e olhar com afetividade", declarou. (Foto: Reprodução)

O ator Fabio Assunção considera seus 53 anos como libertadores. “Não restringindo à coisa do galã porque sempre lutei para não ficar estigmatizado nessa categoria de galã, inclusive no meu critério de escolhas de trabalhos. Mas os meus 53 anos são libertadores”, define.

A maturidade, diz o artista, fez com passasse a não dar mais importância para certas coisas.

“É um momento de se despir de desejos que nem são nossos. Faço análise por Zoom (há 21 anos com o mesmo analista). Em relação à vaidade… não tenho mais carro. Passava dois anos, pensava “vou trocar, porque agora tem um modelo e tal”. Agora, falei: “Pra que ter carro?” É multa que que não sabe de onde veio, lugar para estacionar… Já percebi que não preciso”.

Ele comparou sua visão dos cinquentões quando estava na adolescência e como se sente hoje. “Pensava em como estaria aos 50. Converso muito isso com a Drica (Moraes, com quem está em cartaz com a peça ‘Férias’). Hoje, a gente tá no gás, saltitando. Até a cabeça está mais fresca. É questão de se reposicionar na vida. Tenho 53 e estou motivado, com energia e trazendo alegria. Às vezes, não tem alegria e você escuta a sua tristeza e recupera a alegria”, conta.

Questionado sobre as ofertas de trabalho para homens da sua idade, ele declarou que há sempre bons papéis para qualquer faixa etária. “Por outro lado, núcleos mais jovens têm mais protagonismo hoje dentro das histórias. Mas a palavra protagonismo é tem a ver com uma coisa egoica. Dá para fazer da sua personagem alguém fundamental mesmo não sendo figura central na trama. Tornar uma personagem crível já é tarefa demais e dá pra se divertir muito. Posso falar de mim. Estou com 53 e trabalhando bastante”.

Drogas

Fabio Assunção revelou que o presidente Lula o convidou para integrar um grupo para pensar políticas públicas em relação às drogas. “Lula queria um programa de governo voltado para o assunto. Chamou psiquiatras, pessoas de gestão pública, de saúde, e me chamou. Queria elaborar um plano, que não se desenvolveu porque ele foi preso, mas ficou esse grupo”.

Daí que Fabio levou alguns integrantes do coletivo para conversar com a equipe de “Onde está meu coração”, série com direção artística de Luisa Lima, em que o ator viveu o pai de uma jovem médica dependente de crack, interpretada por Letícia Colin.

Luisa, aliás, conta que Fabio “chega no set disposto a tudo, se joga sem paraquedas, é um ator que entrega a proporia vida”. E foi justamente o que ele fez nos bastidores da série. A equipe visitou os Narcóticos Anônimos, lugar com que já tinha uma relação. Ele colocou sua vivência pessoal para jogo.

“Não fui lá para exorcizar ou resolver nada. Mas a gente vai buscando dentro da gente, temos as ferramentas. Letícia me procurou para conversar antes, queria conhecer mais sobre o assunto. Fomos ao NA ou AA, não lembro, eu trouxe pessoas do grupo que o presidente Lula convocou para fazer uma partilha com todos falando do assunto. Foi legal porque deu uma boa visão, um respeito pelo tema”.

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