Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 31 de agosto de 2024
O filme ainda nem estreou, mas já dá o que falar. Trata-se de “O Aprendiz”, cinebiografia do empresário, bilionário, ex-presidente norte-americano Donald Trump, agora novamente candidato à Casa Branca. Com chegada às telas em outubro, a “fita” mostra, por exemplo, o personagem estuprando sua mulher, o que gerou ameaças legais por parte dos advogados do líder republicano.
O pequeno estúdio independente Briarcliff Entertainment planeja lançar o longa-metragem menos de um mês antes da eleição, na qual Trump enfrentará a democrata Kamala Harris. No enredo está a juventude do empresário, interpretado por Sebastian Stan (de “Capitão América: O Soldado Invernal”).
Na cena mais comentada (e que causou impacto no Festival de Cannes em maio), Trump estupra sua primeira esposa, Ivana, depois que ela o ridiculariza por estar ficando gordo e careca. Na vida real, Ivana o acusou de abuso sexual durante o processo de divórcio, mas acabou voltando atrás. Ela morreu em 2022.
O filme também mostra Trump sofrendo de disfunção erétil e passando por um procedimento de lipoaspiração, além de cirurgia contra queda de cabelo. Poucas horas após a exibição de “O Aprendiz”, em maio, os advogados do ex-presidente prometeram processar os produtores e chamaram o filme de “lixo” e “pura difamação maliciosa”.
Descontentamento
Um dos primeiros financiadores da cinebiografia foi o bilionário pró-Trump Dan Snyder, que teria ficado descontente com a representação do republicano e tentou bloquear o filme. De acordo com o jornal “The Hollywood Reporter”, Snyder vendeu sua participação financeira na produção.
A atuação de Stan como o jovem magnata do setor imobiliário nova-iorquino recebeu críticas amplamente positivas em Cannes. O roteiro do filme foi escrito por Gabriel Sherman, um jornalista que cobria o setor imobiliário para o New York Observer e que conversava regularmente com Trump.
Longe de ser um simples ataque, o longa retrata Trump como um alpinista social ambicioso, mas ingênuo, que tenta desesperadamente navegar pelo mundo competitivo dos negócios imobiliários e da política de Manhattan.
O diretor do filme, Ali Abbasi, disse à AFP que incluiu a cena de estupro para mostrar como Trump se distanciou das “relações humanas que o definem e que o mantêm em cheque como ser humano”. Stan acrescentou que o comportamento do jovem Trump “é muito mais relacionável do que gostaríamos de admitir”.
A Briarcliff Entertainment foi fundada em 2018 por Tom Ortenberg, que anteriormente ajudou a conduzir campanhas de Oscar para os vencedores de melhor filme “Spotlight” e “Crash”. Espera-se que ele promova “O Aprendiz” na próxima temporada de premiações de Hollywood.