Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 2 de setembro de 2024
O presidente da Argentina, Javier Milei, se autoproclamou como um dos dois políticos mais importantes do mundo, junto com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e chamou seus rivais políticos de “liliputianos”.
“Dói para eles que eu seja hoje um dos dois políticos mais relevantes do planeta Terra. Um é Trump e o outro sou eu”, gabou-se Milei em uma entrevista transmitida pelo canal LN+ no domingo à noite.
O governante afirmou ser “considerado o maior expoente e defensor das ideias de liberdade no mundo”, destacou suas reuniões com grandes nomes do Vale do Silício, como Mark Zuckerberg, Elon Musk e Jeff Bezos, e zombou da “agenda liliputiana dos políticos argentinos insignificantes, ratos invisíveis, que nunca poderão aspirar a isso”.
Seguindo na referência à ilha fictícia Lilliput do romance “As Viagens de Gulliver”, habitada por pessoas minúsculas, questionou sobre a oposição: “Que visão pode ter um rato em relação a um gigante? Nenhuma.”
O presidente argentino já havia expressado em várias ocasiões sua admiração por Trump, a quem abraçou entusiasticamente em fevereiro durante uma cúpula conservadora em Washington. O magnata republicano retribuiu os elogios durante sua conversa pública com Elon Musk, publicada na rede social X em agosto, na qual afirmou que Milei “está fazendo um ótimo trabalho”.
Na quarta-feira, Milei divulgou no X o primeiro trailer de sua própria série documental, apresentada com o slogan “de zero a presidente. O fenômeno que cativa o mundo”, em referência à sua ascensão meteórica que, em seis anos, o levou de programas de televisão à liderança do poder Executivo.
“Não sou famoso como um economista, mas sim como um rockstar”, foi uma das frases de Milei escolhidas para retratar o que o documentário define como “a campanha mais épica da história”, que o levou à presidência.
Veto
Em outra frente, Javier Milei vetou um aumento de 8,1% nas aposentadorias e pensões aprovado por ampla maioria no Congresso, de acordo com uma decisão publicada nessa segunda-feira (2) no Diário Oficial.
O veto, que ocorre em um contexto de mais de 250% de inflação anual na Argentina, atinge integralmente a lei aprovada, que também estabelecia uma nova fórmula para o cálculo das atualizações de aposentadorias com base na evolução dos preços e no índice de salários.
A aposentadoria mínima na Argentina é de 225.454 pesos (cerca de R$ 1.350 na cotação oficial).
No entanto, a cesta básica dos aposentados, medida pela Defensoria da Terceira Idade, é mais que o triplo desse valor, situando-se em 685.041 pesos em março (cerca de R$ 4,1 mil).
Estimativas privadas apontam que esse montante básico superou os 900 mil pesos (cerca R$ 5,3 mil) em julho passado, devido ao aumento dos preços de medicamentos, aluguéis e serviços públicos.
De acordo com o decreto, o ultraliberal Milei vetou a norma por ser “manifestamente violadora do marco jurídico vigente, na medida em que não contempla o impacto fiscal nem determina a fonte de seu financiamento”.
Em contraste, no fim de julho, Milei decretou um aumento de cerca de US$ 102 milhões (R$ 577 mi), para os gastos reservados – sem prestação de contas – da Secretaria de Inteligência, o que representou um incremento de seu orçamento de mais de 700%. As informações são da agência de notícias AFP.