Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Felipe Beck | 3 de setembro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Esse impasse entre o STF e o X é mais do que uma batalha legal; é um retrato de como nossa democracia está sendo testada em seus limites — ou talvez, redescobrindo seus próprios. Com o bloqueio do X e a recente decisão de mantê-lo, fico aqui me perguntando se essa é a nova maneira de garantir a ordem. Afinal, por que se preocupar com o longo e árduo caminho do diálogo e da transparência quando podemos simplesmente resolver as coisas com um toque de autoritarismo?
No entanto, o que realmente me deixa intrigado é o impacto dessa “nova abordagem” na segurança jurídica. Imagine o cenário: você é um empreendedor, talvez uma startup promissora ou uma multinacional prestes a injetar bilhões na economia brasileira. Tudo parece promissor, até que, de repente, o jogo muda. As regras, que deveriam ser claras e estáveis, se tornam maleáveis conforme o clima do dia. Não parece uma maneira bastante empolgante de fazer negócios? Não?
E é claro, enquanto empresários e investidores reconsideram suas apostas no Brasil, o cidadão comum continua como o grande premiado nessa história. Porque, afinal, quem precisa de uma democracia previsível e estável quando podemos ter a emoção de ver nossas liberdades serem reguladas com tanto zelo? Sim, porque o importante é garantir que nossas vozes, cuidadosamente moldadas, sigam a partitura correta—afinal, quem somos nós para desafinar?
No final das contas, essa manutenção do bloqueio, que supostamente nos protege de algum grande mal, acaba bloqueando muito mais do que uma simples rede social. Ela bloqueia nossa confiança no futuro, nossa capacidade de atrair investimentos, e talvez até um pouco da nossa fé na própria democracia.
Felipe Beck
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.