Sábado, 16 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de setembro de 2024
O laboratório chinês, associado pelo FBI (a polícia federal dos EUA) ao provável vazamento do vírus da covid-19, também pode ter sido responsável pela liberação de uma cepa “altamente evoluída” de poliomielite em 2014, segundo pesquisa divulgada com exclusividade pelo jornal britânico Daily Mail.
De acordo com um novo estudo, essa cepa, que infectou uma criança de quatro anos durante um surto viral na província de Anhui, China, é “99% idêntica” a uma variante armazenada a 320 quilômetros de distância no Instituto de Virologia de Wuhan.
Pesquisadores do Instituto Pasteur, na França, não conseguem afirmar com certeza a origem da cepa, apelidada de ‘WIV14’, mas destacam duas possibilidades que “devem ser exploradas”, incluindo a hipótese de que a poliomielite WIV14 tenha se originado no próprio instituto em Wuhan.
“As descobertas ressaltam o estado chocante e inseguro da pesquisa em virologia global”, afirmou ao Daily Mail Richard Ebright, biólogo molecular formado em Harvard, que não participou do estudo.
Os cientistas do Pasteur suspeitam que a poliomielite WIV14 tenha evoluído a partir de uma cepa preservada do vírus dos anos 1950, usada principalmente na produção de vacinas e em laboratórios. A proximidade entre Wuhan e a província de Anhui, juntamente com a reputação do instituto por práticas de segurança falhas, fortalece essa teoria.
Caso a suspeita se confirme, isso somaria mais uma crítica à segurança do laboratório chinês, cujo financiamento dos EUA foi cortado em 2023, em meio a questionamentos sobre seu envolvimento na pandemia de Covid-19.
Pesquisadores do Instituto Pasteur compararam o genoma da cepa WIV14 com a ‘Saukett A’, utilizada na produção de vacinas, e encontraram apenas 70 diferenças de nucleotídeos entre os dois, em genomas que possuem mais de sete mil componentes.
Independentemente da origem exata da cepa WIV14, Ebright defende que a pesquisa médica global exige uma regulamentação mais rígida.
“Sob qualquer hipótese (contaminação ou liberação laboratorial)”, destacou, “as descobertas ressaltam […] a frequência surpreendentemente alta de incidentes em pesquisas virológicas que colocam o público em risco, além da necessidade urgente de uma supervisão mais rígida nacional e internacional sobre biossegurança e gestão de riscos biológicos.” As informações são do portal de notícias Terra.