Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 9 de setembro de 2024
Mais de uma semana após o seu encerramento, a 47ª Expointer ainda rende assunto. Levantamento divulgado nessa segunda-feira (9) pelo governo do Rio Grande do Sul ressalta um total de R$ 2,3 bilhões em operações e propostas de financiamento pelos bancos estatais gaúchos durante o evento, realizado de 24 de agosto a 1º de setembro no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (Região Metropolitana de Porto Alegre).
Banrisul, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e o Banco de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul (Badesul) concentraram 58% do montante negociado durante os nove dias da maior feira a céu aberto do agronegócio na América Latina.
A avaliação é corroborada pela titular da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), Pricilla Santana. Segundo ela, as instituições financeiras vinculadas ao governo do Estado se consolidam como uma das principais impulsionadoras da retomada econômica do agronegócio gaúcho, superando instituições financeiras de alcance nacional:
“O desempenho demonstra uma forte conexão do segmento com a atividade rural. A proximidade e confiança do setor agropecuário nas instituições financeiras estaduais foram decisivas para criar um ambiente favorável à retomada produtiva no campo. Para agilizar a liberação de crédito, o Tesouro do Estado fez aportes extraordinários aos bancos públicos neste ano, o que tem contribuído para a rápida recuperação que estamos presenciando”.
Banrisul
O Banrisul fechou a Expointer com R$ 1,05 bilhão em negócios, superando as expectativas, apesar das enchentes e dos desafios enfrentados pelos produtores gaúchos. Do total, R$ 376,6 milhões foram destinados ao financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas via Plano Safra Banrisul 2024/2025, itens de maior demanda durante a feira.
As linhas voltadas à correção e à recuperação dos solos, severamente afetados pelas enchentes, somaram R$ 179,1 milhões. Já o financiamento para armazenagem atingiu R$ 167,4 milhões, refletindo a necessidade de mitigar o déficit de estocagem no Estado, investimento considerado fundamental para agregar valor à produção primária. As linhas voltadas à inovação para empresas fornecedoras de insumos e equipamentos agrícolas também se destacaram, acumulando R$ 145,5 milhões em negócios.
Na 47ª Expointer, houve aumento da demanda pelas linhas voltadas à irrigação, impulsionadas pelos descontos do programa Supera Estiagem, que conta com subsídio estadual. O Crédito Emergencial Banrisul, voltado ao apoio de pequenos e médios produtores afetados pelas enchentes, totalizou R$ 93,1 milhões. Produtores que tiveram perdas ou danos de o menos 30% em sua estrutura produtiva podem acessar condições especiais, com descontos de até R$ 50 mil.
BRDE
Já o BRDE encerrou a 47ª Expointer com R$ 647,6 milhões em operações e novos pedidos de financiamento, um aumento de 25% em relação à edição anterior. Grande parte do montante negociado neste ano foi destinada à modernização e ampliação de unidades de produção e armazenagem de grãos, com cooperativas e agroindústrias demandando R$ 251,5 milhões.
Os financiamentos para obras e instalações somaram R$ 172 milhões, em sua maioria voltados à reconstrução de estruturas danificadas pelas enchentes. O banco também registrou R$ 120 milhões em negócios voltados à inovação, com destaque para projetos de modernização tecnológica e de gestão.
Pela primeira vez, o BRDE firmou contratos com recursos captados por meio das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), além de parcerias com organismos internacionais de fomento. Durante a feira, ainda foram celebradas três contratações simbólicas do programa Em Frente RS, que destina recursos subsidiados pelo Tesouro do Estado para apoiar a retomada de setores afetados pelas enchentes, totalizando até agora R$ 19 milhões em financiamentos.
Badesul
O Badesul, por sua vez, captou mais de R$ 702 milhões em propostas de financiamento na Expointer, superando o desempenho da edição anterior. Ao todo, foram 151 projetos de investimento apresentados, com foco em armazenagem, correção de solos, irrigação, modernização de maquinário e desenvolvimento de produtos e serviços.
Outra demanda expressiva (e já esperada) foi por crédito para fertilização e correção de solos, extremamente prejudicados pelas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. Os pedidos com esse fim somaram R$ 97 milhões, contra R$ 22,8 milhões no ano anterior.
A demanda por investimentos em armazenagem de grãos somou R$ 107 milhões, um crescimento de 102% em relação ao ano anterior. O crédito para correção de solos também registrou aumento expressivo, alcançando R$ 97 milhões, um avanço de mais de 400%. A modernização de maquinários totalizou R$ 149,5 milhões, enquanto os sistemas de irrigação demandaram R$ 38,1 milhões.
(Marcello Campos)
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