Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de setembro de 2024
Marighella foi um dos principais opositores do regime militar
Foto: Aperj/Domínio PúblicoO MPF (Ministério Público Federal) entrou com uma ação civil pública para responsabilizar 37 ex-agentes do regime militar pela execução do guerrilheiro baiano Carlos Marighella, morto a tiros em 1969, em São Paulo.
O MPF pediu o cancelamento das aposentadorias dos ex-agentes, a restituição de gastos do Estado com indenizações a familiares de Marighella e o pagamento de danos morais coletivos.
Entre os réus, está o ex-delegado Sérgio Paranhos Fleury, que comandou a operação que resultou na morte de Marighella. O MPF também busca a realização de um ato público de reparação à memória do ex-guerrilheiro.
Segundo o MPF, o crime é considerado contra a humanidade, o que impede a aplicação de anistia ou prescrição. A ação ainda destaca que o assassinato de Marighella foi parte de um ataque sistemático contra opositores da ditadura militar (1964-1985).
Marighella foi um dos principais opositores do regime militar, liderando a ALN (Aliança Libertadora Nacional), uma organização de resistência armada. Ele chegou a ser considerado o “inimigo público número 1” dos militares.
O comunista foi morto em uma emboscada organizada pelo Dops (Departamento de Ordem Política e Social) em 1969, em São Paulo, sendo considerado o “inimigo público número 1” pelo regime na época.
Maria Marighella, neta do guerrilheiro, é presidente da Funarte (Fundação Nacional de Artes) no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O pai de Maria, Carlos Augusto Marighella, estava preso no momento do nascimento da filha, em 1976.
Ele foi detido em uma operação comandada pelo coronel Brilhante Ustra, que encarcerou dezenas de militantes do PCB (Partido Comunista Brasileiro) na Bahia.