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Colunistas Pesquisas, ato bolsonarista, assédio sexual

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Em Brasília, o então ministro dos Direitos Humanos Sílvio Almeida foi acusado de ter cometido assédio sexual. (Foto: Violaine Martins/ONU)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Semana movimentada a anterior. Pesquisas para a prefeitura de São Paulo. Manifestação bolsonarista em São Paulo e assédio sexual no Ministério de Lula.

A pesquisa eleitoral de São Paulo não trouxe maiores surpresas. À vista da anterior, poderia significar um novo saldo de Pablo Marçal, alcançar a liderança fora da margem de erro. Não foi o que aconteceu. A corrida embolou, três candidatos estão iguais ( na margem de erro) e dois deles disputarão o segundo turno. Mas a prévia deixou marcas bem visíveis: ao que aparenta Marçal empacou, chegou no limite. Foi o dono do campinho por duas longas semanas, falou pelos cotovelos em todas as entrevistas, deitou e rolou nas besteiras do seu vasto repertório, mas não tirou mais coelhos da cartola – parou na faixa dos 22% das preferências atuais do eleitorado paulistano.

Pior: os números indicam que é dele a taça de maior rejeição. Na mesma velocidade em que chegou na ponta da tabela, passou a liderar com folga os índices de rejeição. Dá para botar as fichas nesse jogo : mais cedo do que se esperava ,a parte mais antenada do eleitorado manjou os seus truques, alguns novos, outros usados. Desconfiou que a maior cidade do país está diante de mais um aventureiro, outsider, que se diz o novo, o diferente, mas nada têm a acrescentar.. Marçal, o coach, o mágico, o comunicador de palavra afiada e lábia imbatível, na pesquisa Datafolha não vence nem Boulos nem Nunes do segundo turno.

Em São Paulo, liderado por essa figura malfadada que é Silas Malafaia, um novo ato bolsonarista no Dia da Independência não chegou a flopar, mas o público encolheu, ficou muito aquém das expectativas. É ambição demais querer que as pessoas deixem suas casas no dia de descanso para pedir o afastamento de um ministro do STF. As razões são duvidosas, mal encadeadas, de difícil entendimento pelo homem comum. Uma boa parte das pessoas que encorpavam as manifestações da direita começam a se sentir lesadas, massa de manobra de dirigentes emproados.

Voltando a Marçal, ele tentou dar uma de esperto no 7 de setembro da Avenida Paulista, chegando no final do evento, imaginando uma recepção calorosa ou mesmo uma ovação consagradora, mas foi barrado no baile: não deixaram ele subir no palanque. Reclamou e recebeu a resposta de Malafaia pelo ato de oportunismo explícito : “safado!”.

Em Brasília, o ministro dos Direitos Humanos Sílvio Almeida foi acusado de ter cometido assédio sexual e – desabalado escândalo – contra a colega ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Pegou mal, muito mal para o agora ex-ministro. Pegou mal para o governo Lula. Pior de tudo, como bem assinalou o ator Lázaro Ramos, para a causa do combate ao racismo.

Para Almeida livrar a cara seria preciso que Anielle tenha inventado a história, o que está não faz sentido e a meu juízo está totalmente fora de cogitação. De todo modo, a primeira-dama Janja, o presidente Lula, já fizeram o seu julgamento e tomaram posição, e não foi ao lado do ex-ministro. Almeida saiu pela porta dos fundos do governo.

Tito Guarniere

  • titoguarniere@terra.com.br

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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