Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 13 de setembro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Preso esta semana com dinheiro na cueca, Renildo Lima, marido da deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR), há tempos chama atenção por negócios pra lá de suspeitos em Brasília. Em fevereiro deste ano, o deputado Marcos Pollon (PL-MS) desconfiou da grana alta despejada pelo Ministério dos Povos Indígenas na Voare Táxi Aéreo, que pertence a Renildo. Sob pressão do parlamentar, o ministério revelou dois contratos com a empresa só em 2023. Valor total: R$ 24,8 milhões.
Na correria
O primeiro contrato (nº 062/2023) nem mesmo passou por licitação, foi realizado de forma emergencial. Ficou em R$ 17,7 milhões.
Meio bilhão
Ao todo, mostra o portal da transparência, a Voare embolsou do governo mais de R$ 510,8 milhões. São largos pagamentos desde 2014.
Causa
Ao deputado, a pasta de Sônia Guajajara disse que o contrato era necessário para ter acesso aos indígenas das comunidades Yanomamis.
Sem nexo
Apesar da dinheirama, aumentaram as mortes dos Yanomamis. Foram de 343 (2022), sem os contratos, para 363 (2023), após os milhões.
Senador alvo de Moraes aposta em impeachment Em entrevista ao podcast Diário do Poder, o senador Marcos do Val (Pode-ES) disse acreditar que o pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes deverá ser analisado no plenário do Senado. Segundo placar informal da oposição, 36 senadores já são favoráveis, apenas cinco a menos que o necessário. Impeachment de ministro precisa ser aceito pelo presidente do Senado, aprovado em comissão especial e admitido pelo plenário com o apoio de 41 senadores.
Outra escalada
Aprovar o impeachment, após a admissão, durante o julgamento no plenário do Senado, requer dois terços dos votos; 54 senadores.
29 indefinidos
Senadores como Ciro Nogueira (PP-PI), Confúcio Moura (MDB-RO), Mecias de Jesus (Rep-RR) e Mara Gabrilli (PSD-SP) estão “indecisos”.
Votos-chave
Atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e seu provável sucessor Davi Alcolumbre (União-AP) também estão “indecisos”.
Indecisão na base
O PSD de Rodrigo Pacheco tem dez senadores em cima do muro em relação ao impeachment de Alexandre de Moraes. Todos do PT e PDT já declaram ser contra. No PSB, dois são contra e os demais, indecisos.
Presidente Dino
Atendendo ordens de Flávio Dino, ministro do STF atacando de chefe do Executivo, o Ministério da Justiça criou o bombeiro nacional, militares de regra estaduais. Vão atuar na Força Nacional para combater incêndios.
Pauta da oposição
Deputados estão irritados com a negociata sobre o projeto que anistia os presos pelo 8 de janeiro. Marcel van Hattem (Novo-RS) cobrou que oposição lance candidato para presidir a Câmara e que vote o projeto.
Agosto defumado
O governo Lula já acumula mais um recorde negativo, o de agosto com maior número de incêndios da série histórica do Monitor do Fogo Mapbiomas. Foram 5,65 milhões de hectares incinerados mês passado.
Desânimo generalizado
O PSDB de São Paulo está em clima de velório com o apático José Luiz Datena, que disputa a prefeitura. Sem decolar nas pesquisas, o partido quer ao menos juntar os cacos e eleger algum vereador.
Outra queimada
O governo Lula (PT) superou, esta semana, R$ 1,11 bilhão em despesas com viagens nacionais e internacionais. Só com diárias, o pagamento a funcionários do governo em viagem, foram R$ 687 milhões. Piora: gastos de Lula, Janja e os 40 ministros do governo não entram nessa conta.
Rachadones
Transformada em pizza por Guilherme Boulos (Psol-SP) na Câmara, a investigação sobre a rachadones avançou sob tutela da Polícia Federal, que decidiu indiciar André Janones (Avante-MG) pelo suposto esquema.
Rombo na nossa conta
Apesar do prejuízo que já ultrapassa os R$ 1,35 bilhão apenas nos seis primeiros meses de 2024, os Correios anunciaram ontem (12) que vão realizar concurso para contratar mais de 3,4 mil funcionários.
Pensando bem…
…rachadinha por amor não convence a polícia.
PODER SEM PUDOR
Encarando o provocador
Jânio Quadros fazia campanha para o governo paulista, em 1982, quando um mendigo, com toco de cigarro pendurado na boca, gritou: “Fujão! Fujão! Fujão!”. Jânio ignorou o homem, enquanto seus assessores tentavam silenciá-lo. Mas ao descer do palanque, ele se viu frente a frente com o mendigo, que, claro, gritava a plenos pulmões: “Fujaããão!”. Jânio olhou-o fixamente e se dirigiu a ele, resoluto. Todos temiam que o ex-presidente, aos 65 anos, decidira esmurrar o homem, que se calou de repente e ficou paradão, com medo. Jânio levantou o braço sobre um segurança e, num golpe rápido, ao invés do soco, retirou o toco de cigarro dos lábios provocadores, colocou-o na própria boca e foi embora. O mendigo permaneceu inerte. E emocionado.
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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