Segunda-feira, 30 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de setembro de 2024
Cada um deles possui um referencial próprio de medição de nível, mas as baixas são históricas em todos.
Foto: ASPAR/DivulgaçãoCom a falta de chuva e o prolongamento da seca, os rios da Bacia do Rio Amazonas seguem registrando níveis cada vez menores. Entre quinta-feira (12) e sábado (14), três afluentes importantes atingiram as menores marcas da história, conforme o monitoramento feito pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). São eles: o Solimões, o Acre e o Madeira. Cada um deles possui um referencial próprio de medição de nível, mas as baixas são históricas em todos.
Às 8h de quinta-feira, o Rio Solimões em Tabatinga (AM), cidade que fica na fronteira com a Colômbia, atingiu a marca de -171 mm, a menor registrada, até então, nesse ponto de medição. No mesmo dia, às 17h45, foi a vez do Rio Acre, em Rio Branco (AC), que atingiu a cota 126. Ele é um rio que desagua no Purus, um dos principais afluentes da margem direita do Amazonas.
A capital do Acre é uma das cidades mais atingidas pelas fumaças dos incêndios florestais. A qualidade do ar chegou a um nível tão baixo, nas últimas semanas, que o poder público foi obrigado a suspender aulas e a cancelar o desfile em comemoração ao 7 de setembro. O terceiro rio da Amazônia a atingir a menor marca da série histórica foi o Rio Madeira, em Porto Velho (RO). Às 12h30 deste sábado, o marcador chegou aos 41 centímetros, algo inédito no retrospecto do monitoramento, feito no local desde 1967.
Essa situação era tão inesperada que foi preciso trocar a régua de medição e adotar uma nova, que vai até os centímetros. A redução contínua do nível do rio Madeira, que é considerado o afluente mais longo e mais importante do Amazonas, com quase 1,5 mil quilômetros de extensão, começou em julho deste ano.
No dia 5 de setembro, a água ficou abaixo de 1 metro pela primeira vez na história e, em menos de 10 dias, o nível baixou mais 55 cm, atingindo a marca histórica deste sábado. Assim como no Acre, Rondônia também enfrenta, há meses, a falta de chuva e a continuidade das queimadas. Voos foram cancelados em Porto Velho e o governo local editou um decreto orientando para que as pessoas evitem atividades ao ar livre.
Além desses pontos críticos nos três rios, existem outros locais da Bacia do Rio Amazonas que não atingiram marcas históricas, mas que já vivem contextos de “seca extrema” e “seca”, conforme a classificação do SGB.
Em Ji-Paraná (RO), o rio Ji-Paraná atingiu os 610 centímetros às 12h15 deste sábado. Ele e o Rio Solimões, em Fonte Boa (AM), aparecem classificados como “seca extrema” no sistema do SGB. Na cidade amazonense, o Solimões atingiu a cota de 1.014 cm às 12h deste sábado. O menor nível atingido na história pelo rio, nesse ponto de medição, foi 802 cm.
Outros três pontos da bacia do Amazonas estão classificados como “seca”. De acordo com o SGB, a situação se apresenta assim, nos seguintes locais:
– Rio Purus, em Beruri (AM): atingiu os 623 cm às 19h deste sábado. Para atingir o nível de “seca extrema”, precisa chegar a 530 cm;
– Rio Solimões em Itapéua, comunidade em Coari (AM): atingiu os 294 cm às 8h de terça-feira (10/9). Se baixar para 200 cm, passa a ser classificado como “seca extrema”;
– Rio Solimões em Manacapuru (AM): atingiu os 619 cm às 18h15 deste sábado. A “seca extrema” só será alcançada, caso ele chegue a 288 cm.