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Economia “Impressiona o Brasil crescer com juros tão altos”, diz o economista global do Citibank

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Robert Sockin diz que instituição prevê aumento de um ponto porcentual na Selic neste ano. (Foto: Reprodução)

O que está acontecendo na economia brasileira? O economista global do Citibank, Robert Sockin, tem se feito essa pergunta diante das surpresas de crescimento do País, mas ainda não tem a resposta. Ele pensa que o cenário, no entanto, indica que a economia do Brasil é capaz de crescer com uma taxa de juros mais alta.

“Esperamos vários aumentos de taxas nos próximos meses por parte do Banco Central do Brasil, provavelmente algo em torno de 100 pontos base no total (um ponto porcentual)”, afirmou Sockin, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

“Parece que a economia simplesmente tem uma taxa de juros natural mais alta. Parece que o País tem sido capaz de crescer com taxas de juros muito altas, o que sugere que, para moderar a economia, as taxas de juros provavelmente terão de ser mais altas (ainda), o que é bastante impressionante”, afirmou.

A seguir, trechos da entrevista

1) Como o sr. descreveria o estado atual da economia dos Estados Unidos?

É um ambiente muito desafiador, porque estamos em um ponto de inflexão, e é difícil avaliar quão grande é a inflexão desse ponto, e se a economia está moderando para uma aterrissagem suave, ou se está desacelerando para algo mais grave, um tipo de cenário de recessão. Se você comparar com o ano anterior ao segundo semestre do ano passado e ao primeiro semestre deste ano, a economia estava crescendo muito acima da tendência. E agora os dados do terceiro trimestre surpreenderam em grande parte para o lado negativo. Assim, passamos de um período de surpresas positivas para um período de dados decepcionantes, na sua maior parte, no terceiro trimestre. Agora pode ser que os dados sejam decepcionantes porque as expectativas eram muito altas, porque a economia estava tão forte, algumas pessoas pensaram que isso continuaria e estamos obtendo uma moderação maior do que o esperado. Em termos do quadro geral, eu diria por mim mesmo que o risco de recessão aumentou, ao longo deste trimestre. Se você falasse comigo há alguns meses, eu diria que o risco de recessão era muito baixo. Atualmente, aposto em algo como 30% a 35%.

2) E, diante desse cenário, qual sua expectativa para a próxima reunião do Fed? (O Citibank acredita que haverá corte na reunião de setembro de 0,25 ponto)

A defesa do (corte de) 0,50 ponto é muito difícil, porque 0,50 é uma espécie de movimento emergencial, e não parece que a economia esteja em estado de emergência com esses dados. Se olharmos para todos os outros bancos centrais ao redor do mundo, nos mercados desenvolvidos, Banco do Canadá, Banco da Inglaterra, BCE, todos eles têm sido muito graduais nos seus ciclos de flexibilização. Quero dizer, o BCE cortou uma vez, depois fez uma pausa e todos avançaram com movimentos de 25 pontos base. Acredito que o Fed realmente quer ir para (um corte de) 0,25 ponto, que eles provavelmente continuarão de forma bastante gradual.

3) Qual sua leitura sobre o panorama econômico brasileiro?

Excluindo a China, os mercados emergentes demonstraram uma resiliência bastante notável. E até a China, até certo ponto, ao longo do ciclo. Os bancos centrais reconheceram a inflação mais cedo, começaram a apertar mais cedo. Mas, em geral, parece haver algum tipo de mudança nos motores de crescimento destas economias emergentes e muitas delas tiveram um desempenho melhor do que o esperado. E o Brasil é uma história notável. Ainda estamos debatendo sobre os impulsionadores disso, há um crescimento muito mais forte do que esperávamos no primeiro semestre, e principalmente no segundo trimestre. Esperamos vários aumentos de taxas nos próximos meses por parte do Banco Central do Brasil, provavelmente algo em torno de 100 pontos base (um ponto porcentual) no total. Mas a questão mais profunda é: o que está acontecendo na economia? Parece que a economia simplesmente tem uma taxa de juros natural mais alta. Parece que o País tem sido capaz de crescer com taxas de juros muito altas, o que sugere que, para moderar a economia, as taxas de juros provavelmente terão de ser mais altas (ainda), o que é bastante impressionante.

4) O sr. disse que há uma preocupação menor com a inflação agora. Isso é algo disseminado?

Penso que estamos no meio de um ciclo global completo de redução das taxas, e penso que em parte isso se deve ao risco negativo para o crescimento ter aumentado e o risco para a inflação ter diminuído. Não estou dizendo que todo o risco de inflação desapareceu, mas penso que a mudança é muito interessante, mais no sentido das preocupações com o crescimento do que das preocupações com a inflação.

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