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Rio Grande do Sul Família de pedreiro que morreu após ser esmagado por retroescavadeira receberá mais de R$ 730 mil de indenização no Vale do Taquari

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O trabalhador foi esmagado pela retroescavadeira enquanto executava serviço em uma vala em Encantado

Foto: Divulgação/TRT4
O trabalhador foi esmagado pela retroescavadeira enquanto executava serviço em uma vala em Encantado. (Foto: Divulgação/TRT4)

A 11ª Turma do TRT4 (Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região) determinou que uma construtora indenize, por danos morais e materiais, a família de um pedreiro que morreu após ser atropelado por uma retroescavadeira em Encantado, no Vale do Taquari.

A prefeitura, que contratou o serviço, também foi responsabilizada, de forma subsidiária. Isso significa que, se a construtora não pagar a indenização, a família poderá cobrar do município.

Segundo informações divulgadas na terça-feira (17) pelo TRT4, a decisão manteve a sentença do juiz André Luiz Schech, da Vara do Trabalho de Encantado. O acórdão apenas aumentou o valor das reparações para a viúva e os filhos, chegando a R$ 736 mil.

O trabalhador foi esmagado pela retroescavadeira enquanto executava serviço em uma vala, realizando a canalização para posterior pavimentação de uma via. Ele era empregado da construtora, contratada pelo município.

Para o juiz André Luiz Schech, é incontroversa a ocorrência de acidente de trabalho típico, sendo comprovado o dano e o nexo causal com a atividade desenvolvida pelo pedreiro. Além da indenização por danos materiais pela morte do trabalhador que auxiliava financeiramente a companheira e os filhos, “o dano moral é presumido pelo próprio evento morte do ente querido, sendo inquestionável a dor e o sofrimento dos parentes próximos”, segundo o magistrado.

Ainda conforme a sentença, a empresa não comprovou que havia fornecido treinamento de segurança ao trabalhador acidentado e ao operador da retroescavadeira antes do início das suas atividades. Além disso, houve descuido da construtora com a manutenção da máquina, e os trabalhadores envolvidos no acidente eram submetidos a jornadas exaustivas.

Após os recursos, o acórdão relatado pelo desembargador Manuel Cid Jardon manteve a condenação da construtora e do município. Os desembargadores apenas aumentaram o valor das indenizações.

Segundo o acórdão, no transcurso de um ano, foram verificados três acidentes fatais na construtora, o que demonstra a negligência com a saúde e segurança de seus empregados. Mesmo após o primeiro acidente fatal, não foram tomadas as providências necessárias para evitar que outro evento dessa natureza se repetisse.

“O município, beneficiário da mão de obra desses trabalhadores para a realização de obras na localidade, também não garantiu o cumprimento das normas de saúde e segurança no trabalho pela prestadora de serviços fiscalizada”, afirmou o TRT4.

A decisão foi unânime. Também participaram do julgamento os desembargadores Maria Silvana Rotta Tedesco e Rosiul de Freitas Azambuja. Ainda cabe recurso da decisão.

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