Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de setembro de 2024
Israel lançou nessa sexta-feira (20) o seu maior bombardeio ao Líbano desde o início da guerra contra o Hamas, em outubro de 2023. Ao mesmo tempo , o grupo extremista Hezbollah, aliado do Hamas, anunciou ter lançado foguetes contra Israel, no norte do país.
Mas qual o potencial de destruição do arsenal do Hezbollah? Segundo a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA), o grupo é um dos não estatais mais fortemente armados do mundo e possui mais de 150 mil mísseis e foguetes.
Os extremistas libaneses afirmam que têm foguetes que podem atingir todas as áreas de Israel e, em 2021, seu líder, Sayyed Hassan Nasrallah, afirmava contar com 100 mil combatentes. Os Estados Unidos, no entanto, estimam que, em 2022, eles teriam até 45 mil combatentes – cerca de 20 mil deles em tempo integral.
No dia 16 de agosto, o Hezbollah divulgou imagens que mostram grandes lançadores de mísseis em imensos túneis subterrâneos, e fez ameaças a Israel, exaltando seu poder bélico:
“A resistência do Líbano hoje possui armas, equipamentos, capacidade, membros, estrutura, habilidade, expertise e experiência, e também fé, determinação, coragem e força como nunca antes. As coordenadas de nossos alvos estão em nossas mãos e os mísseis estão posicionados, prontos e focados neles, em total sigilo”.
O principal apoiador e fornecedor de armas do grupo extremista libanês é o Irã, e muitas de suas armas são modelos iranianos, russos ou chineses. Saiba mais sobre o arsenal:
Ataque terrestre
Foguetes não guiados Katyushas, desenvolvidos inicialmente na antiga União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial e que podem atingir alvos até 30 km, constituíam a maior parte do arsenal de mísseis do Hezbollah na última guerra com Israel, em 2006.
Porém, segundo o líder do grupo, desde então, eles expandiram seus sistemas de precisão e, agora, têm a capacidade de equipar foguetes com sistemas de orientação dentro do Líbano.
O Hezbollah tem modelos iranianos, como os foguetes Raad (Trovão em árabe), Fajr (Amanhecer) e Zilzal (Terremoto), que têm uma carga útil mais potente e maior alcance que os Katyushas.
Os foguetes Falaq 2, de fabricação iraniana, usados pela primeira vez em junho, podem transportar uma ogiva maior do que o Falaq 1 usado anteriormente.
Mísseis
Usados intensamente na guerra contra Israel em 2006, os mísseis antitanque guiados estão sendo usados novamente pelo Hezbollah agora, incluindo o Kornet, de fabricação russa, e o míssil guiado de fabricação iraniana conhecido como “al-Mas”, de acordo com um relatório da emissora árabe pró-Irã Al-Mayadeen.
O al-Mas pode atingir alvos além da linha de visão seguindo uma trajetória arqueada, permitindo um ataque de cima, de acordo com relatório do Centro de Pesquisa e Educação Alma de Israel.
O míssil faz parte de uma família de armas fabricadas pelo Irã por meio de engenharia reversa, com base na família de mísseis israelenses Spike.
O Hezbollah derrubou drones israelenses Hermes 450 e Hermes 900, várias vezes, durante este conflito com Israel usando mísseis antiaéreos. Foi a primeira vez que o grupo utilizou esse poder.
Pela primeira vez também, o Hezbollah disse que atirou contra aviões de guerra israelenses, forçando-os a deixar o espaço aéreo libanês, sem dizer que tipo de arma usou. Nenhuma aeronave, no entanto, foi atingida.
Mísseis antinavio foram usados pelo Hezbollah pela primeira vez em 2006, quando o grupo atingiu um navio de guerra israelense a 16 km da costa, matando quatro militares israelenses e danificando a embarcação.
Desde a guerra de 2006, o Hezbollah adquiriu o míssil antinavio Yakhont, de fabricação russa , com alcance de 300 km, dizem fontes familiarizadas com seu arsenal.
Drones
Desde outubro do ano passado, o Hezbollah organizou vários ataques com drones explosivos unidirecionais e disse que está usando os equipamentos também para lançar bombas e retornar ao Líbano.
Em alguns ataques, drones foram enviados para distrair as defesas aéreas israelenses, enquanto outros foram lançados contra alvos.
O arsenal do Hezbollah inclui os modelos Ayoub e Mersad, montados localmente, que analistas dizem ser baratos e relativamente fáceis de produzir.