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Mundo As explosões no Líbano levantam questão sobre quem ainda usa pagers

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Os pagers foram um meio de comunicação móvel desenvolvido nas décadas de 1950 e 1960. (Foto: Reprodução)

A pequena caixa de plástico que emitia bipes e piscava números ressurgiu de forma trágica na terça-feira (17), quando milhares de pagers explodiram simultaneamente no Líbano, matando pelo menos 12 pessoas e ferindo milhares em um ataque misterioso de vários dias, enquanto Israel declarava uma nova fase de sua guerra contra o Hezbollah.

Os pagers funcionam com baterias e ondas de rádio, o que os torna imunes a zonas sem Wi-Fi, porões sem serviço de celular, invasões e colapsos catastróficos de rede, como os ocorridos durante os ataques de 11 de setembro de 2001.

Alguns profissionais médicos e trabalhadores de emergência preferem pagers do que celulares ou usam os dois. Eles são úteis para trabalhadores em locais remotos, como plataformas de petróleo e minas. Restaurantes também os usam, entregando aos clientes engenhocas piscantes, semelhantes a discos de hóquei, que vibram quando sua comida está pronta.

Para aqueles que desconfiam da coleta de dados, os pagers são atraentes porque não têm como rastrear os usuários.

“Um celular no final das contas é como um computador que você carrega por aí, e um pager tem uma fração dessa complexidade”, disse Bharat Mistry, diretor técnico do Reino Unido da Trend Micro, uma empresa de software de segurança cibernética.

“Hoje em dia, ele é usado por pessoas que querem manter sua privacidade. Você não quer ser rastreado, mas quer ser contatável”, completa Bharat Mistry.

Status

Na década de 80, milhões de americanos usavam pagers, de acordo com relatos da época. Os dispositivos eram símbolos de status — ao ver que alguém estava com um pager preso ao cinto significava que o usuário era importante o suficiente para estar, na verdade, de plantão a qualquer momento. Médicos, advogados, estrelas de cinema e jornalistas os usaram durante a década de 1990.

Naquela época, os pagers também foram associados a traficantes de drogas e as escolas começaram a proibi-los.

Mais de 50 distritos escolares, de San Diego a Syracuse, Nova York, proibiram seu uso em escolas, dizendo que eles dificultavam a luta para controlar o abuso de drogas entre adolescentes, informou o jornal The New York Times em 1988. Michigan proibiu o uso dos dispositivos em escolas de todo o estado.

Em meados dos anos 90, havia mais de 60 milhões de bipes em uso, de acordo com a Spok, uma empresa de comunicações.

Atualidade

O número de pagers globalmente é difícil de encontrar. Só que mais de 80% dos negócios de pagers da Spok lidam com assistência médica, com cerca de 750 mil assinantes em grandes sistemas hospitalares, de acordo com Vincent Kelly, CEO da empresa.

“Quando há uma emergência, seus telefones nem sempre funcionam”, disse Kelly, acrescentando que os sinais de pager são frequentemente mais fortes do que os sinais de celular em hospitais com paredes grossas ou porões de concreto. As redes de celular “não são projetadas para lidar com cada assinante tentando ligar ao mesmo tempo ou enviar uma mensagem ao mesmo tempo”.

Operação

Membros do Hezbollah apoiado pelo Irã na fronteira norte de Israel têm usado pagers para se comunicar há anos. Em fevereiro, o líder do grupo, Hassan Nasrallah, pediu para que os integrantes abandonassem seus celulares em um esforço para evitar o que se acredita ser a vigilância sofisticada de Israel nas redes de telefonia móvel do Líbano.

O ataque de terça pareceu ser uma operação israelense complexa visando o Hezbollah. Mas o uso generalizado de pagers no Líbano significou que as detonações custaram um número enorme de vítimas civis. Elas explodiram em um momento em toda a paisagem da vida cotidiana — incluindo casas, carros, supermercados e cafés.

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https://www.osul.com.br/as-explosoes-no-libano-levantam-questao-sobre-quem-ainda-usa-pagers/ As explosões no Líbano levantam questão sobre quem ainda usa pagers 2024-09-21
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