Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 23 de setembro de 2024
As projeções inseridas por economistas no Sistema Expectativas de Mercado, que embasa o Focus, passaram a indicar uma trajetória ainda mais alta para a taxa Selic. A expectativa é que os juros subam mais um ponto porcentual, a 11,75% no fim do ciclo, e comecem a cair apenas em julho do próximo ano.
Essa é a primeira atualização nas estimativas desde a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) da última quarta-feira (18). O colegiado aumentou a Selic em 0,25 ponto porcentual, de 10,50% para 10,75%, e informou que o seu balanço de riscos para a inflação está assimétrico para cima.
Conforme as medianas do sistema, o mercado espera que o Copom acelere o ritmo de aperto monetário já na sua próxima decisão, em 6 de novembro, e aumente os juros em 0,5 ponto porcentual, a 11,25%. Nas duas reuniões subsequentes, de 11 de dezembro e 29 de janeiro, as estimativas indicam apertos de 0,25 ponto, a 11,50% e 11,75%, respectivamente.
A Selic ficaria parada neste nível até a quinta reunião de 2025, marcada para 30 de julho, quando o comitê cortaria os juros em 0,25 ponto. O mercado, então, espera novos cortes de 0,25 ponto em 17 de setembro (11,25%) e 5 de novembro (11,0%), seguidos por uma última baixa de 0,5 ponto em 10 de dezembro, a 10,5%.
Considerando apenas as projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, teoricamente mais sensíveis à decisão do Copom, a trajetória da Selic seria mais íngreme. As medianas sugerem altas de 0,5 ponto em novembro e dezembro deste ano, o que levaria a taxa a 11,75% no fim de 2024. Um último aumento, de 0,25 ponto, levaria os juros a 12,0% em janeiro.
Boletim Focus
Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 11,5% ao ano. A estimativa está no Boletim Focus dessa segunda-feira (23), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos. Para o fim de 2025, a estimativa é que a taxa básica caia para 10,5% ao ano. Para 2026 e 2027, a previsão é que ela seja reduzida, novamente, para 9,5% ao ano e 9% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da Agência Brasil.