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Carlos Roberto Schwartsmann O desiludido professor universitário

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Como todos nós sabemos o Brasil possui vergonhosos Índices educacionais. Recentemente “THE ECONOMIST INTELLIGENCE” avaliou o ranking da educação entre 40 países. Ficamos na antepenúltima posição, apenas na frente do México e Indonésia.

Este mau desempenho em “sensu lato” finalmente atingiu a universidade que se debatia para não ser contaminada.

Recentemente, retornando de congresso em São Paulo, fique surpreendido e chocado com afastamento voluntário de admiráveis colegas ortopedistas que abandonaram universidades federais e estaduais. Alguns já eram professores de medicina por mais de 20 anos!

Simplesmente abandonaram a universidade!!

Três foram os principais argumentos alegados. Ideologização dos campos, más condições de trabalho e baixos salários.

A ideologia política, maléfica, escancarou a porta da universidade. As faculdades têm obrigação de promover transferência de conhecimentos, ciência e cultura. Não pode ser cercada e cerceada pela sordidez da política. Mais do que qualquer outro lugar se exige meritocracia. Não é tolerável cotas de qualquer espécie! A política de paridade dos votos para escolha do reitor é nefasta, pois equipara professores com discentes e servidores técnicos administrativos. O aluno é passageiro.

A carreira universitária sempre foi o sonho do médico idealista: transmitir experiência e conhecimento aos novos discípulos.

Sempre foi muito concorrida e diferenciava os médicos através disputadíssimos concursos públicos.

Hoje as condições de trabalho no ensino da medicina são muito ruins. Os pacientes são regularizados impiedosamente pelo sistema. As filas de espera podem alcançar meses. Se a doença for grave os pacientes nem terão tempo de chegar com vida ao hospital. Isto gera um sentimento de impotência e frustração que atinge toda equipe médica. Gera uma má medicina e um mau ensino.

Finalmente, o ganho pecuniário do professor é altamente desestimulante.

É uma política salarial injusta, imposta por governos completamente descomprometidos com a saúde e a educação.

O professor titular, cargo máximo da universidade, recebe no topo da carreira 30% de um juiz federal, de um general ou de um senador.

É uma total inversão de valores! No mínimo deveriam ter ganhos similares. O professor é o agente vital do processo educacional. Ele deve ser bem valorizado!!

Estou impressionado com os desiludidos professores universitários que estão abandonando o barco!!

Péssima notícia para universidade! Péssima notícia para sociedade!

(Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário – schwartsmann@santacasa.org.br)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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