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Rio Grande do Sul Morte de cliente após queimaduras: Ministério Público denuncia funcionária e donos de restaurante em Rio Grande

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De origem caingangue, Jaqueline Tedesco foi vítima da explosão de um aparelho de fondue. (Foto: Reprodução)

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) denunciou à Justiça os donos e uma funcionária de um restaurante em Rio Grande, no Litoral Sul do RS, onde uma universitária de 26 anos sofreu queimaduras que a levaram à morte, em março deste ano. Jaqueline Tedesco comemorava com amigos e familiares a formatura em Direito, quando foi atingida por álcool gel em chamas durante o uso de um equipamento de fondue.

Com 30% do corpo atingido (incluindo face, tórax e braços), a universitária – de origem indígena caingangue – foi internada em um hospital da região e o seu quadro se agravou, levando ao óbito menos de uma semana depois.

A acusação contra o trio é de homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar. Como dois parentes da vítima também ficaram feridos, a denúncia inclui lesões corporais. O MP-RS entende que houve negligência por parte dos proprietários do estabelecimento (um casal de 36 e 38 anos) em relação às regras de segurança no manuseio de fontes de calor.

Eles inclusive autorizaram a funcionária a usar sem supervisão e treinamento adequado o aparelho de fondue – iguaria gastronômica à base de queijo (ou chocolate) derretido e que se mantém nessa condição por meio de fogareiro sob uma pequena panela ou rechaud, ao alcance de quem consome o alimento.

Em relação à funcionária (de 19 anos), a tese é de imprudência por despejar de forma inconsequente o álcool gel diretamente na fonte de calor do equipamento, sem verificar se havia resquício de fogo. Além disso, a jovem não usou um abafador necessário para controle da chama.

O promotor responsável pelo caso, Fernando Gonzalez Tavares, ainda também pediu — com medida cautelar até regularização perante o Poder Público — a imediata suspensão das atividades do restaurante, a fim de evitar novos problemas. Ele acrescentou: “Além da gravidade da ocorrência, a morte de Jaqueline causou imensa comoção social, por se tratar de uma jovem indígena e, portanto, pertencente a grupo vulnerável”.

Perfil

Nascida na cidade de Planalto (Norte gaúcho), Jaqueline era a quarta mulher indígena na história dos alunos da Universidade Federal de Rio Grande (Furg), na Região Sul do Estado. Também foi a primeira com essa origem a militar do movimento social Kizomba, que atua nacionalmente em defesa dos direitos de minorias. Também se tornou a primeira mulher a coordenar o Diretório Central de Estudantes (DCE) da instituição.

Jaqueline contribuiu intensamente com o seu curso de graduação e com a universidade, dedicando-se ao Coletivo Indígena da Universidade e liderando a Casa de Estudante. Foi bolsista, integrante do Diretório Central de Estudantes e do Diretório Acadêmico Rui Barbosa (Darb) do curso de Direito, assim constituindo-se como grande referência do movimento estudantil.

O corpo da bacharel foi velado em em Rio Grande e sepultado em Garibaldi (Serra Gaúcha), onde ela morava com família antes do ingresso na faculdade. Na ocasião, a reitoria da Furg decretou luto oficial na universidade.

(Marcello Campos)

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