Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de setembro de 2024
Israel matou outro dirigente do grupo xiita libanês Hezbollah em um ataque aéreo realizado no sábado no sul de Beirute. Nabil Qaouk foi apontado pelas forças de Defesa de Israel (IDF) como comandante da unidade de segurança interna e membro do conselho executivo da organização político-militar, que confirmou a morte, sem oferecer mais detalhes.
O anúncio foi feito um dia após o Hezbollah confirmar a morte de seu líder, Hassan Nasrallah, em um bombardeio israelense contra o quartel-general do grupo na capital do Líbano. À AFP, uma fonte próxima ao grupo xiita confirmou que Qaouk morreu em um ataque e que o libanês era um membro sênior da organização.
A ofensiva aconteceu na madrugada desse dominfo (29) e matou ao menos 11 pessoas. Ao longo das duas últimas semanas, mais de 1 mil pessoas foram mortas e 6 mil ficaram feridas. Os militares israelenses também afirmaram nas redes sociais que teriam “eliminado” quase toda a cadeia de comando do grupo extremista.
Os ataques estão sendo realizados diariamente desde a segunda-feira (23), quando cerca de 500 pessoas foram mortas no dia mais sangrento no Líbano desde a guerra de 2006 entre israelenses e o grupo extremista. Também têm sido registrados ataques aéreos por parte do Hezbollah, boa parte deles interceptados.
As Forças Armadas de Israel afirmaram, em comunicado, que o “terrorista Nabil Qaouk, comandante da unidade de segurança” do Hezbollah, foi “eliminado”. Considerado “próximo da cúpula da organização terrorista”, continua o texto, “ele estava diretamente implicado na promoção de planos terroristas contra o Estado de Israel e seus cidadãos, inclusive nos últimos dias”.
O Hezbollah, por sua vez, também em comunicado, confirmou “o martírio do estimado estudioso mujahid Sheikh Nabil Qaouk”, em ataque israelense em Chyah, um subúrbio de Beirute.
Repercussão
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou neste domingo que “o assassinato não ficará sem resposta”. O presidente do parlamento iraniano, Mohammad Baqer Qalibaf, afirmou que os grupos armados alinhados ao Irã continuarão a confrontar Israel após as mortes de Nasrallah e Qaouk. “Não hesitaremos em ir a qualquer nível para ajudar a resistência”, disse Qalibaf. O parlamentar também afirmou que os EUA são “cúmplices e terão de aceitar as consequências”.
Qaouk se juntou ao Hezbollah na década de 1980 e ocupou diversos cargos de responsabilidade, segundo o comunicado do Exército. Ele frequentemente aparecia na mídia local, comentando sobre política e segurança do Líbano, e fez discursos em funerais de militantes graúdos do grupo, informou a Associated Press. Os Estados Unidos anunciaram sanções contra ele em 2020.
Nas últimas semanas, vários comandantes seniores do Hezbollah foram mortos em ataques israelenses, incluindo membros fundadores do grupo que conseguiram escapar da morte ou da prisão por décadas e que eram próximos de Nasrallah.
Centenas de milhares de pessoas foram deslocadas de suas casas no Líbano devido aos últimos ataques. O governo estima que cerca de 250 mil estão em abrigos, com três a quatro vezes mais permanecendo com amigos ou parentes, ou acampando nas ruas, segundo o ministro do Meio Ambiente, Nasser Yassin.
Resposta ao ataque
De acordo com a rede NBC, Teerã iniciou convocação de militares para possível envio de tropas ao Líbano. O comandante supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, se pronunciou pela primeira vez desde a morte do líder do movimento xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio na região sul de Beirute na noite anterior.
Em uma declaração publicada em seu site, o aiatolá condenou as “mortes causadas ao povo indefeso do Líbano” e afirmou que “todas as forças da região apoiam e estão ao lado do Hezbollah”. Porém, não mencionou Nasrallah. O aumento na segurança de Khamenei foi confirmado pela agência Reuters.