Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de setembro de 2024
A confirmação da morte do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, no sábado (28) suscitou uma onda de choque no mundo. Além disso, nesse domingo (29), o exército israelense anunciou a morte de outro alto dirigente do grupo xiita, Nabil Qaouq, “próximo da cúpula da organização terrorista do Hezbollah e diretamente engajado na promoção de projetos terroristas contra o Estado de Israel e seus cidadãos”.
Líderes ocidentais e árabes temem que o conflito tenha atingido uma fase incontrolável, podendo acirrar as tensões entre os Estados Unidos, principal aliado de Israel, e o Irã, maior apoio do movimento xiita.
O presidente americano, Joe Biden, afirmou que a morte de Nasrallah “foi uma medida de justiça”, devido “às numerosas vítimas que causou, entre americanos, israelenses e libaneses”. O chefe de Estado democrata também voltou a pedir um cessar-fogo no Líbano.
A diplomacia francesa exigiu que Israel ponha um “fim imediato” aos bombardeios e que não lance a sua anunciada operação terrestre. Na quinta-feira (26), o presidente francês, Emmanuel Macron, expressou seu “choque” com a quantidade de vítimas civis nos ataques israelenses e afirmou que a França se opõe que o Líbano “se torne a nova Gaza”.
Em visita a Bruxelas, o papa Francisco fez um apelo por um cessar-fogo no Líbano “martirizado”. “Continuo seguindo, com dor e preocupação, a expansão e a intensificação do conflito”, disse o sumo pontífice, que classificou a guerra de “devastadora” para a população.
O Irã, principal aliado do Hezbollah, prometeu vingança e advertiu que o assassinato de Nasrallah levará à destruição de Israel. “O sangue do mártir não permanecerá impune”, afirmou o guia supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei. Teerã também confirmou a morte do general iraniano Abbas Nilforoushan em um dos ataques isralenses no Líbano que “não ficará sem resposta”, declarou o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Nilforoushan.
Na assembleia geral da ONU, o ministro das relações exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, se referiu à morte de Nasrallah como um assassinato político. Ele disse temer que o Irã seja arrastado para o conflito. O Irã e a Rússia são aliados. Lavrov afirmou ainda que as mortes de civis em Gaza e no Líbano devem ser interrompidas imediatamente.
Também em Nova York, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se encontrou com o chanceler do Libano, Abdala Rachid Bou Habib. Pela primeira vez, o governo brasileiro confirmou que está discutindo uma missão para repatriar brasileiros que estão no Líbano.
Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou Nasrallah de “terrorista”. Segundo ele, Israel “acertou suas contas” matando o líder do Hezbollah, mas segue determinado a atacar seus inimigos.
O ministro libanês da Informação, Ziad Makary, indicou nesse domingo que novos esforços diplomáticos estão sendo implementados com o objetivo de um acordo de cessar-fogo.
Um pouco antes, em um discurso na televisão libanesa, o primeiro-ministro interino Najib Mikati afirmou que o país “não tem outra escolha senão a opção diplomática”.