Segunda-feira, 10 de março de 2025
Por Redação O Sul | 30 de setembro de 2024
O furacão Helene, que causou inundações destrutivas no Sudeste dos Estados Unidos e deixou, até o último balanço, pelo menos 128 mortos em seis Estados desde semana passada, pode ter matado até 600 pessoas, admitiu nessa segunda-feira (30) a chefe da segurança interna do país, Liz Sherwood-Randall. No domingo (29), a catástrofe entrou de vez na campanha eleitoral, com críticas republicanas à resposta do governo e viagens planejadas dos presidenciáveis aos locais afetados.
Na Casa Branca, o presidente Joe Biden disse no domingo que a devastação foi resultado das mudanças climáticas – fenômeno que costuma ser minimizado pelo ex-presidente e candidato republicano, Donald Trump. O ex-mandatário, por sua vez, visitou Valdosta, na Geórgia, local mais castigado pela destruição causada pelas inundações.
Cientistas confirmam que o aquecimento global aumentou a frequência e a gravidade dos fenômenos.
“Absoluta, categórica e inequivocamente, sim, sim e sim”, disse Biden ao ser questionado sobre o tema. O governo também admitiu que o número de mortos deve aumentar à medida que as autoridades de resgate avançam nas áreas afetadas. Mais cedo, o próprio Biden disse que, com o serviço de telefonia celular interrompido em grande parte da região, o número de desaparecidos poderia chegar ao total mencionado pela chefe de segurança interna.
O Helene atingiu a região de Big Bend, na Flórida, como um furacão de categoria 4 (em uma escala de 5) na noite de quinta-feira passada, com ventos de 225 km/h. Ao menos 11 pessoas morreram no estado. De lá, ele chegou rapidamente à Geórgia, onde o governador Brian Kemp disse que casas foram destruídas e rodovias ficaram cobertas por destroços. O total de mortes no estado chegou a 25. Enfraquecido e rebaixado à categoria de depressão tropical e ciclone pós-tropical, ele também atingiu as Carolinas do Norte (56 mortos) e do Sul (30 mortos) com chuvas torrenciais. No Tennessee, foram quatro mortes relatadas, e mais duas na Virgínia.
Trump chegou no domingo a Valdosta, na Geórgia, local mais castigado pela destruição causada pelas inundações, e prometeu “levar muito material de ajuda, incluindo combustível, equipamentos, água e outras coisas” aos necessitados. Sem apresentar provas, afirmou que estava sendo negada ajuda a seus apoiadores republicanos:
“O governo federal não está respondendo”, disse. “A vice-presidente está em algum lugar fazendo campanha e buscando dinheiro.”
Diante das duras críticas do republicano, que no fim de semana já havia acusado Biden e a vice-presidente Kamala Harris de não responderam ao desastre com rapidez suficiente, o governo aprovou ajuda federal para vários estados e prometeu, ontem, que a assistência durará “todo o tempo que for necessário”.
“Continuaremos enviando recursos, incluindo alimentos, água, comunicações e equipamentos salva-vidas”, disse Biden.
Mais tarde, o presidente disse que Trump estava mentindo e que estava “muito bravo” com as insinuações do republicano, reafirmando que o governo está “fazendo tudo o que é possível”. Biden também deverá visitar esta semana as áreas mais afetadas pela passagem do fenômeno, disse a Casa Branca. No domingo, o ele conversou com os governadores da Geórgia e Carolina do Norte e com a direção da Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês) para “determinar o que mais pode ser feito”.
Kamala também anunciou planos para visitar as áreas, algumas delas em estados-pêndulo — que ora votam em democratas, ora em republicanos. Mas descartou que a visita aconteça nos próximos dias. As informações são do jornal O Globo.