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Política Partidos de Lula e Bolsonaro gastaram mais de R$ 217 milhões em candidatos a prefeito nas capitais

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Para analistas, a disparidade entre cifras dos partidos pode fazer com que siglas com menor poder financeiro acabem tendo de se aglutinar em torno de PL e PT.

Foto: Renato Pizzuto/Divulgação/Band
Para analistas, a disparidade entre cifras dos partidos pode fazer com que siglas com menor poder financeiro acabem tendo de se aglutinar em torno de PL e PT. (Foto: Renato Pizzuto/Divulgação/Band)

Às vésperas do primeiro turno das eleições municipais, os diretórios nacionais do PL e do PT depositaram mais de R$ 217 milhões do fundo eleitoral nas contas de candidatos a prefeito nas capitais. O valor já supera o total de recursos que outros 21 dos 29 partidos brasileiros terão para gastar durante todo o processo eleitoral. As siglas do ex-presidente Jair Bolsonaro e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, respectivamente, detêm as maiores fatias do Fundo Eleitoral de Financiamento de Campanha, que tem R$ 4,9 bilhões disponíveis para o pleito deste ano.

As principais apostas de PL e PT estão na Região Sudeste, onde candidatos concentram cerca de 50% do valor doado pelos diretórios nacionais das legendas até aqui, segundo dados do sistema DivulgaCandContas até o fim de setembro.

Guilherme Boulos (PSOL) recebeu R$ 30 milhões da direção nacional do PT para a disputa em São Paulo. É o candidato que mais recebeu recursos do partido de Lula, que doou até agora R$ 82,7 milhões para suas apostas nas capitais. Depois de Boulos, aparecem os petistas Rogério Correia, que disputa a prefeitura de Belo Horizonte, com R$ 8 milhões, e Maria do Rosário, candidata em Porto Alegre, com R$ 7 milhões.

Já o principal beneficiado pela fatia do partido de Bolsonaro no Sudeste é Alexandre Ramagem (PL), que disputa a prefeitura do Rio. Ele recebeu R$ 26 milhões do fundo eleitoral até aqui. O PL já transferiu R$ 134,3 milhões para candidatos de capitais. Além de Ramagem, o investimento tem sido pesado nas campanhas de Ricardo Nunes (MDB), em São Paulo, e de Bruno Engler (PL), em Belo Horizonte, com R$ 17 milhões e R$ 15 milhões doados, respectivamente.

Desigualdades

Para analistas, a disparidade entre cifras dos partidos pode fazer com que siglas com menor poder financeiro acabem tendo de se aglutinar em torno de PL e PT. “O resultado das eleições deste ano vai permitir que o Congresso e os partidos avaliem a eficácia da atual regra do fundo eleitoral”, disse o cientista político José Álvaro Moisés, da USP.

“A democracia não existe sem recursos, mas o problema é que estamos em um país de desigualdades e necessidades de recursos para políticas públicas. Então, a questão é sobre a quantidade alocada pelo Congresso para si mesmo e que acaba sendo usada de forma concentrada por partidos que vão se distanciar muito dos outros”, afirmou Moisés.

Levantamento do Estadão com base em pesquisas recentes de intenção de voto mostra que candidaturas turbinadas pelo diretório nacional do PL têm chances de disputar o segundo turno em 15 capitais. Além de Nunes em São Paulo e Engler em Belo Horizonte, é o caso de candidatos como Sebastião Melo (MDB), em Porto Alegre, que já recebeu R$ 2,6 milhões do PL, e Beto Pereira (PSDB), de Campo Grande, para quem o partido de Bolsonaro doou R$ 7 milhões.

As chances de segundo turno de candidatos que receberam dinheiro do diretório nacional do PT são reduzidas a sete capitais, segundo as pesquisas mais recentes. Fábio Novo (PT), em Teresina (R$ 3 milhões), e Adriana Accorsi (PT), em Goiânia (R$ 4,9 milhões), aparecem nas pesquisas disputando vaga no segundo turno, assim como Boulos e Maria do Rosário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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