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Política Eleições: médicos mostram como os debates políticos ao longo da campanha podem reduzir até 2 anos de vida dos candidatos

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Falta de rotina e o intenso estresse nesse período de disputa podem causar diversos problemas físicos e mentais. (Foto: Freepik)

Concorrer a um cargo público, em especial aos que estão em disputa esse ano, é provavelmente uma das atividades mais estressantes em que uma pessoa pode se envolver. O sono, a alimentação e os momentos de lazer ficam prejudicados por meses. O ambiente da campanha eleitoral é agitado e turbulento.

Nenhum dia é igual ao outro, obstáculos podem vir de qualquer direção e não há tempo para pausas nem espaço para erros. É de se esperar que esse ritmo traga consequências para a saúde das pessoas envolvidas nessa atividade. Especialistas afirmam que, de fato, essa é uma escolha muito radical e onerosa para a saúde física e mental.

Saúde cardiovascular

O estresse é uma reação física, mental e emocional do corpo a mudanças no ambiente. Um episódio de estresse agudo, como ficar preso no trânsito, causa um aumento na frequência cardíaca, da pressão arterial e da intensidade da contração do músculo cardíaco, além de liberação de hormônios como adrenalina, noradrenalina e cortisol. Isso é conhecido como a resposta de luta ou fuga. Uma vez que o episódio passou, o corpo retorna ao seu estado normal.

Entretanto, quando a pessoa entra em um estado de estresse crônico, essas alterações persistem e isso aumenta o risco de problemas de longo prazo no coração e nos vasos sanguíneos.

“O estresse promove o aumento de diversas substâncias, como adrenalina, circulando no sangue, que podem aumentar a pressão arterial, a frequência cardíaca, promover aterosclerose e prejudicar o coração”, alerta o cardiologista Marcelo Franken.

Estudos mostram que o estresse prolongado pode contribuir para a inflamação no sistema circulatório, particularmente nas artérias coronárias, e dos níveis de colesterol. Além disso, nessa rotina, ou melhor, nessa falta de rotina, é difícil controlar os fatores de risco para doença cardiovascular, como manter a alimentação equilibrada, o sono em dia, a prática regular de atividade física e o controle de doenças mentais, como depressão e ansiedade.

“A privação ou a má qualidade de sono é considerada um fator de risco cardiovascular muito importante. O excesso de sódio atrapalha no controle da pressão arterial. O excesso de gordura, no controle do colesterol e triglicérides e o excesso de carboidrato, no controle da glicemia e também dos triglicérides”, explica Franken.

Basta lembrar da famosa cena, repetida à exaustão por todos os candidatos, do pastel na feira, do cafézinho nos comícios, caminhadas e eventos durante a campanha eleitoral e claro, os estresses nos debates políticos.

Tudo isso aumenta o risco de infarto, acidente vascular cerebral e arritmia. Também pode haver aumento do risco de trombose na perna, devido a viagens muito longas.

Imunidade

O estresse libera cortisol, o hormônio do estresse. Pontualmente, esse aumento do cortisol pode aumentar a imunidade, limitando a inflamação. Por outro lado, altos níveis constantes desse hormônio podem dificultar a resposta anti-inflamatória do corpo e causar infecções contínuas, de acordo com estudos recentes de pesquisa em imunologia.

O estresse também diminui os linfócitos, os glóbulos brancos que ajudam a combater a infecção. Quanto menor o nível de linfócitos, maior o risco de vírus, incluindo o resfriado e o herpes labial.

Músculos

Com o estresse de início súbito, os músculos ficam tensos de uma só vez. Quando o estresse passa, essa tensão é liberada. Por outro lado, se esse estado não passar, os músculos do corpo ficam em um estado de constante de vigilância. Isso pode ocasionar desde cefaleia tensional e enxaqueca até condições dolorosas crônicas secundárias a distúrbios musculoesqueléticos.

Saúde gastrointestinal

O intestino tem centenas de milhões de neurônios que podem funcionar de forma bastante independente e estão em constante comunicação com o cérebro. O estresse pode afetar essa comunicação e desencadear dor, inchaço e outros desconfortos intestinais. Além disso, o intestino tem uma barreira para proteger o corpo da maioria das bactérias relacionadas com os alimentos. O estresse pode tornar a barreira intestinal mais fraca e permitir que as bactérias intestinais entrem no corpo.

O estresse também gera alterações no estômago, como azia, refluxo, indigestão e esofagite. Um caso raro de espasmos no esôfago pode ser desencadeado por estresse intenso e pode ser facilmente confundido com um ataque cardíaco.

Saúde mental

O impacto na saúde mental talvez seja o efeito mais óbvio do estresse crônico. A condição é um gatilho para todos os transtornos mentais. Mas, no caso de políticos em campanha, o principal efeito do estresse seria o aumento risco de burnout. O problema é definido como o sofrimento social ou psíquico tem relação direta com a atividade profissional.

Há também aumento do risco de transtornos relacionados à ansiedade, como crises de pânico, e à depressão, devido ao descuido com a própria saúde e à privação do sono.

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