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Política Eleições em São Paulo: bolsonaristas largam Ricardo Nunes e embarcam na candidatura de Pablo Marçal

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Saída de aliados do ex-presidente da campanha do prefeito em direção ao ex-coach se acentuou na reta final da campanha. (Foto: Reprodução)

O desembarque bolsonarista da campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) em direção a Pablo Marçal (PRTB) se acentuou na reta final da campanha, com as pesquisas mostrando que o ex-coach se mantém competitivo. Marçal aparece tecnicamente empatado na liderança com o emedebista e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), o que coloca em risco a presença de qualquer um deles no segundo turno. O prefeito, por sua vez, conta com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que alfinetou seu adversário em live na terça-feira — embora permaneça distante —, o apoio de líderes evangélicos críticos a Marçal, além do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), presença assídua em agendas de rua.

A narrativa de que Marçal representaria melhor os princípios da direita do que Nunes ganhou peso, nos últimos dias, com acenos de Nikolas Ferreira (PL-MG), Marco Feliciano (PL-SP) e Ricardo Salles (Novo-SP), deputados que fazem parte do núcleo mais fiel ao ex-presidente no Congresso e que contam com milhares de seguidores nas redes sociais.

Feliciano divulgou vídeo na terça (1º) declarando voto no ex-coach, de quem diz ser amigo, e alegando que o candidato estaria sendo perseguido por “políticos e religiosos”. A gravação foi compartilhada pelo candidato do PRTB nas redes e em grupos de voluntários da campanha no WhatsApp.

“Eu sou aliado, mas não sou alienado. Sou livre para pensar e apoiar quem eu desejar e espero que me respeitem por isso, é a democracia”, disse o deputado.

Evangélicos divididos

O discurso é oposto ao do pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que desde o 7 de Setembro ataca o ex-coach quase diariamente. Responsável pelas duas manifestações bolsonaristas realizadas este ano na Avenida Paulista, Malafaia passou a dizer que o empresário seria um “farsante” e tenta manipular os evangélicos.

Além da cena de Marçal no dia do protesto, quando chegou atrasado e disse ter sido barrado no trio, pesam contra ele vídeos antigos em que associa, por exemplo, a cobrança do dízimo a um entrave para a prosperidade. Especialistas apontam que o empresário, de certa forma, afronta as grandes lideranças religiosas ao tratar a espiritualidade como “lifestyle”, e não propriamente um vínculo a uma igreja por meio da participação ativa nos cultos.

Já o apoio de Nikolas veio no final de semana, quando declarou nos seus perfis nas redes que “prefere dar uma chance para a dúvida (Marçal)”, do que “engolir esse cara (Nunes)”. O parlamentar tentou convencer seus seguidores a desistirem do prefeito dizendo que ele conciliou um “bando de vagabundos que sempre lutaram contra a gente” na coligação do MDB, formada por 12 partidos.

Marçal já havia publicado uma foto de Nikolas Ferreira “fazendo o M” com as mãos em cima do trio no 7 de Setembro, mas o deputado desautorizou posteriormente o uso da imagem e disse que o gesto havia sido descontextualizado em meio a gritos do público.

Com o apoio explícito vindo à tona, Malafaia rebateu o deputado mineiro, dizendo que o político de primeiro mandato “nem tirou as fraldas da política” e estaria desrespeitando Bolsonaro.

Salles, por sua vez, escancarou a preferência por Marçal ao organizar um jantar na sua casa na terça para apresentá-lo a cerca de 130 empresários, segundo ele. O evento fechado também teve a presença do deputado federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP) e de pessoas próximas ao governo Tarcísio de Freitas, como o empresário Nelson Santini, irmão do assessor especial do governo Vicente Santini, e Antonio Julio Junqueira de Queiroz, ex-secretário estadual de Agricultura.

Rifado pelo PL da disputa por duas vezes, Salles acabou liberado pelo presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, quando já não tinha mais condições de concorrer a prefeito por conta dos prazos da Justiça Eleitoral. Ele se filiou ao Novo, que tem como candidata em São Paulo a economista Marina Helena.

Para Filipe Sabará, articulador político da campanha de Marçal, esse movimento tardio está ligado tanto ao distanciamento de Bolsonaro da campanha de Nunes quanto à proximidade da votação, quando os partidos já cumpriram os acordos de financiamento, espaço de propaganda e outros recursos com seus filiados e não oferecem mais tanto risco de represálias aos aliados.

Um exemplo do distanciamento de Bolsonaro com Nunes ocorreu na terça-feira, quando o ex-presidente rodou pelo interior do estado, em municípios como São José dos Campos, Tatuapé e Guaratinguetá, mas não dedicou espaço na agenda para aparecer ao lado de Nunes na capital paulista antes de rumar para o Rio. Na terça-feira, tampouco mencionou apoio ao emedebista na primeira de suas lives de véspera de eleição.

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