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Política Boulos pedirá prisão de Marçal por postagem sobre cocaína

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Ao longo da campanha eleitoral, o candidato fez insinuações contra Boulos sobre uso de drogas.

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
A defesa de Boulos informou que entrará com novo recurso no Superior Tribunal de Justiça. (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos, entrou com ações na Justiça (criminal e eleitoral) pedindo a prisão do adversário na disputa Pablo Marçal (PRTB) e a cassação da candidatura dele à Prefeitura. O motivo é a divulgação feita por Marçal em sua página no Instagram de um laudo com diversos indícios de falsificação em que consta que o candidato do PSOL teria testado positivo para cocaína.

Ao longo da campanha eleitoral, o candidato fez insinuações contra Boulos sobre uso de drogas. Na última quinta-feira (3), durante o debate da TV Globo, Boulos apresentou um exame toxicológico para comprovar não ter consumido nenhuma substância.

O suposto prontuário divulgado por Marçal nessa sexta é assinado pelo médico Jose Roberto de Souza. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), o profissional já morreu. Luiz Teixeira da Silva Junior, dono da clínica Mais Consulta, que emitiu o suposto laudo, já foi condenado por falsificar diploma de curso de medicina e ata de colação de grau.

O documento também contém dados incorretos de Boulos: o RG dele aparece com um número a mais. O nome da clínica também aparece com a grafia errada, e há erros de gramática. O sócio da clínica Mais Consultas, Luiz Teixeira da Silva Junior, tem vídeo publicado com Marçal, a quem se refere como seu cliente em outra clínica da qual é dono.

Assessores e um dos sócios do influenciador, Marcos Paulo, também seguem Teixeira nas redes sociais. Teixeira fechou as redes sociais depois da divulgação feita por Marçal. Luiz Teixeira da Silva Junior foi condenado em primeira instância a dois anos e quatro meses de prisão por falsificação de documento público e uso de documento falso.

A condenação foi confirmada em 2021 pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que substituiu a pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos. Ele deveria prestar 840 horas de serviços à comunidade e pagamento de multa.

Ele também já foi condenado por uso de documento falso e falsificação de documento particular em um esquema de desvio de dinheiro público da Saúde de Cajamar, na Grande São Paulo. Luiz Teixeira chegou a ter a prisão preventiva decretada em 2017.

Os advogados de Boulos também entraram com uma representação na Justiça eleitoral exigindo a remoção dos documentos falsos publicados por Marçal.

“A presente representação tem por objeto a remoção de publicações realizadas pelo candidato Pablo Marçal em suas redes sociais que utilizam documento falso, fabricado, para difundir fato notoriamente inverídico, uma mentira fabricada para atentar contra a normalidade e o equilíbrio do pleito em prejuízo da imagem do ora peticionário”, afirmam os advogados do candidato do PSOL.

No pedido, a defesa de Boulos ainda apontou:

“O documento trata de um inexistente atendimento médico que teria ocorrido em 19 de janeiro de 2021, relatando que o candidato peticionário teria se apresentado “com um quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”, com exame que indicaria resultado positivo para o uso de cocaína. O documento é falso, uma invenção criminosa criada para tumultuar a normalidade do pleito eleitoral.

Sem arrependimentos

Pablo Marçal afirmou na tarde deste sábado (5) que não se arrepende de ter publicado em suas redes na noite de sexta (4) um falso laudo para acusar o adversário Guilherme Boulos (PSOL) de uso de drogas.

“Eu recebi e publiquei”, afirmou durante agenda no início da tarde. O candidato não explicou a origem do documento tampouco como o recebeu.

“Quem mentiu é quem tem que falar, eu só publiquei. A minha parte é publicar e eu não sei como que a Meta derrubou em poucos segundos.”

“Eu, Pablo, na minha rede social foi postado, eu não tenho nenhuma ligação com o laudo. Pode perguntar para o Tassio Renan, que é meu advogado, e checar com ele”.

Ele admitiu que conhece e é amigo do dono da clínica “Mais Consultas”, que consta no falso documento. O caso é investigado pela Polícia Federal e pela Polícia Civil. A Justiça reconheceu os indícios de falsidade e determinou a remoção do conteúdo de todas as plataformas.

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