Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2024
O mandato do próximo presidente do BC terá início em 1º de janeiro, para um período de quatro anos.
Foto: Lula Marques/Agência BrasilO economista Gabriel Galípolo deve ter o seu nome aprovado com folga pelo Senado nesta terça-feira (8) para assumir a presidência do Banco Central (BC) no início do ano que vem. Ainda assim, a expectativa para a sabatina é de que senadores da oposição o questionem sobre a independência que ele terá em relação ao governo federal para conduzir o órgão, e há risco de que integrantes da própria base aliada reclamem do novo ciclo de alta dos juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Na véspera de sua sabatina, nesta noite de segunda-feira (7), Galípolo se reuniu com o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na Residência Oficial da presidência do Senado, em um encontro com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.
A reunião com Pacheco ocorre após Galípolo e Haddad terem se encontrado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no começo da tarde no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência da República. O compromisso não consta nas agendas das autoridades.
Galípolo ocupa desde julho do ano passado o posto de diretor de Política Monetária do BC, e isso deve ajudá-lo a angariar votos entre os senadores, já que passou sabatina semelhante no ano passado para ocupar o cargo. Além disso, já está ambientado no Banco Central, o que demonstra experiência para subir o último degrau na hierarquia do Banco.
Também conta a favor do economista o fato dele ser considerado um técnico com capacidade de diálogo com a oposição e de ter cumprido o processo de “beija-mão” com pelo menos 65 senadores no mês passado, abrindo caminho para uma votação mais tranquila.
O mandato do próximo presidente do BC terá início em 1º de janeiro, para um período de quatro anos. Ele será o primeiro a passar por esse processo desde a aprovação da autonomia do órgão, em 2021, e ficará dois anos sob o atual mandato presidencial e dois anos no próximo, qualquer que seja o vencedor das eleições de 2026.
Expectativa no Senado
Para o senador Angelo Coronel (PSD-BA), vice-presidente da CAE, a expectativa é de votação tranquila, sem surpresas em relação ao resultado.
“Acho que será algo muito normal, ele já visitou todo mundo, acho que não haverá oposição ao seu nome. Acredito que será tudo muito protocolar para cumprir as normas do parlamento”, afirmou.
Plínio Valério (PSDB-AM), líder do partido na Casa e relator da proposta de independência financeira do Banco Central, disse que Galípolo deve ser aprovado com facilidade. Durante a conversa no último mês, o economista demonstrou apoio à proposta de autonomia financeira do Banco.
“Sou oposição, mas ele é indicado do presidente Lula, que tem essa prerrogativa. Ele já visitou vários gabinetes, já conversei com ele, e para minha surpresa ele disse que era a favor da autonomia do Banco Central, que estou relatando, de autonomia financeira. Ele passa sem nenhum problema, não vejo nenhum empecilho”, afirmou.
Para o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), o tema central da sabatina será a capacidade que o economista terá para demonstrar independência em relação ao governo federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.