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Literatura Quais as chances de o Prêmio Nobel de Literatura ir para uma mulher este ano? Relembre os últimos vencedores

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Desde 2000, oito escritoras foram premiadas com o Nobel de Literatura, que acontece anualmente. (Foto: Reprodução)

O mundo vai conhecer o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura nesta quinta-feira (11). Entre as apostas dos entusiastas de plantão, uma dúvida paira no ar: quais as chances de uma mulher ser laureada, em 2024, nesta que é a maior premiação concedida no âmbito literário?

Desde 2000, oito escritoras foram premiadas com o Nobel de Literatura, que acontece anualmente. Quatro delas foram escolhidas somente nos últimos 10 anos: a bielorrussa Svetlana Alexiévitch (2015), a polonesa Olga Tokarczuk (2018), a norte-americana Louise Glück (2020), e a francesa Annie Ernaux (2022). Na última edição do prêmio, venceu o escritor norueguês Jon Fosse.

Os premiados recebem um diploma, uma medalha e um documento detalhando o valor do prêmio, que este ano é de 11 milhões de coroas suecas (mais de R$ 5,5 milhões).

Quais as chances do Nobel de Literatura ir para uma mulher este ano? Em meio às especulações de apostadores mundo afora, um nome desponta com folga entre os mais cotados para vencer o Nobel 2024. Trata-se da australiana Alexis Wright, inédita no Brasil e dona de uma obra premiada, que dá destaque às vidas dos povos originários de seu país. Ela lidera a lista dos autores mais bem posicionados no ranking do site Nicer Odds, que reúne dados de casas de apostas.

Em segundo lugar, aparece a chinesa Can Xue, ficcionista experimental que já frequentava a lista no ano passado. Na quinta colocação, vem a japonesa Yoko Tawada. Abaixo, conheça um pouco da obra dos autores mais cotados ao prêmio.

Alexis Wright

Inédita no Brasil, a autora de 73 anos pertence ao povo indígena Waanyi, da Austrália. Wright publicou quatro romances, uma biografia e várias obras de não ficção. Entre seus romances, destaca-se “Carpentaria”, de 2006, que narra as vidas de vários habitantes de uma cidade fictícia no Golfo de Carpentária, na Austrália. O livro ganhou o Prêmio Stella. Este ano, ela se tornou o primeiro autor australiano a ganhar duas vezes o troféu literário, agora com um romance de mais de 700 páginas: “Praiseworthy” (Digno de louvor, em tradução direta). O livro é protagonizado por Cause Man Steel, que sonha sem se tornar o primeiro indígena australiano bilionário e imagina um mundo livre de combustíveis fósseis. O jornal americano The New York Times disse que “Praiseworthy” é “o mais ambicioso romance australiano escrito neste século”. Os jurados do Prêmio Stella destacaram as “qualidades técnicas e estéticas” do romance, assim como o “ritmo tempestuoso da sátira política” da autora.

Can Xue

Descrita como “a autora de ficção experimental mais proeminente da China”, Xue se tornou célebre por romper com o realismo da literatura moderna de seu país. Autora de romances, novelas e crítica literária em que analisa a obra de autores como Dante Alighieri, Jorge Luis Borges e Franz Kafka, é no conto que ela se destaca. Em breve, a chinesa deixará de ser inédita no Brasil. A editora Fósforo já anunciou a publicação de “Histórias de amor no novo milênio”, romance onírico e bem-humorado que acompanha mulheres investidas na busca do prazer e da felicidade em uma cidade industrial precária. A autora, que escreve sob pseudônimo, nasceu em 1953 e teve a família perseguida pelo regime ditatorial chinês.

Yoko Tawada

Nascida em Tóquio, em 1960, a autora escreve tanto em japonês quanto em alemão (ela vive em Hamburgo desde os 22 anos). Dois de seus livros já foram publicados no Brasil pela Todavia. Em “Memórias de um urso-polar”, ela narra as experiências de três gerações de ursos-polares desde os tempos da Guerra Fria, quando os blocos capitalista e comunista disputavam controle dos homens e dos animais. Já “As últimas crianças de Tóquio” imagina um mundo onde os idosos vivem quase para sempre e o resto das pessoas morre ainda jovem. Em 2019, Tawada veio ao Brasil e disse que os escritores devem ler os russos para aprender a sobreviver a regimes autoritários. “Antes de começar a escrever todo escritor devia estudar como escrever debaixo de uma ditadura”, aconselhou.

A seguir, relembre os últimos vencedores do Prêmio Nobel de Literatura desde 2000:

2000: Gao Xingjian (França);

2001: V. S. Naipaul (Reino Unido);

2002: Imre Kertész (Hungria);

2003: J. M. Coetzee (África do Sul);

2004: Elfriede Jelinek (Áustria);

2005: Harold Pinter (Reino Unido);

2006: Orhan Pamuk (Turquia);

2007: Doris Lessing (Reino Unido);

2008: Jean-Marie Gustave Le Clézio (França);

2009: Herta Müller (Alemanha);

2010: Mario Vargas Llosa (Peru);

2011: Tomas Tranströmer (Suécia);

2012: Mo Yan (China);

2013: Alice Munro (Canadá);

2014: Patrick Modiano (França);

2015: Svetlana Alexiévitch (Bielorrússia);

2016: Bob Dylan (Estados Unidos);

2017: Kazuo Ishiguro (Reino Unido);

2018: Olga Tokarczuk (Polônia);

2019: Peter Handke (Áustria);

2020: Louise Glück (Estados Unidos);

2021: Abdulrazak Gurnah (Tanzânia);

2022: Annie Ernaux (França);

As informações são do jornal O Globo.

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