Quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Opinião Inflação acelera e surpreende quem achava que a deflação de agosto era o fim do problema

Compartilhe esta notícia:

A inflação voltou a acelerar em setembro, com uma alta de 0,44%. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a deflação de 0,02% de agosto, muita gente desavisada interpretou o número como um sinal de que não havia mais problema de alta nos preços no Brasil. Governistas, petistas e economistas heterodoxos aproveitaram a deixa para criticar o BC (Banco Central), que estaria mantendo os juros altos apenas para agradar aos rentistas e ao mercado financeiro.

Na quarta-feira, 9, saiu o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de setembro, e a inflação voltou a acelerar, com uma alta de 0,44%. Como a taxa deste mês foi maior do que a de setembro do ano passado, o índice acumulado em 12 meses subiu de 4,24% para 4,42%, aproximando-se do limite máximo permitido pelo regime de metas, de 4,5%. Com a seca que ainda assola várias regiões do País, é grande a chance de o IPCA fechar o ano acima de 4,5%.

Para o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o próximo presidente do banco, Gabriel Galípolo, o estouro traria sentimentos duplos: por um lado, ficaria a frustração por terem falhado, mas, por outro, haveria o alívio por terem subido a Selic a despeito das críticas.

Na sabatina no Senado, Galípolo deu todos os sinais de que manterá a política monetária no caminho correto. Segundo ele, os juros vão permanecer contracionistas o tempo que for necessário até que a inflação volte à meta, de 3%.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acertou quando disse que o aumento dos preços é provocado pela seca, que bate nos alimentos e na energia elétrica. E é verdade também que os juros não têm efeito sobre esses preços. A questão é que a economia brasileira é fortemente indexada, e essa indexação ficou maior neste mesmo governo, que recriou a política de valorização do salário mínimo atrelada à inflação passada e ao crescimento do PIB.

Quando há um choque temporário, a alta dos preços se espalha, dificultando o trabalho do Banco Central de levar a inflação para a meta. É sobre esses “efeitos secundários” da inflação que a política de juros atua, olhando sempre para frente.

De janeiro a agosto deste ano, último dado divulgado pelo Banco Central, a concessão de crédito livre, com juros definidos pelos bancos privados, subiu 15,9% em relação ao mesmo período do ano passado, quase o dobro do ritmo do crédito direcionado, com taxas subsidiadas pelo governo, via bancos públicos, que saltou 7,8%.

Como já mostrou o Estadão, a concessão de crédito não é o problema da economia. O nosso risco vem da política fiscal, que ainda não passa segurança de que conseguirá estabilizar a nossa dívida. (Alvaro Gribel/AE)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Opinião

Sem alarde, Senado aprova Proposta de Emenda à Constituição para empurrar as dívidas municipais
Avaliações técnicas de órgãos do Executivo e do Legislativo consideraram novo modelo do Auxílio Gás um convite à fraude
https://www.osul.com.br/inflacao-acelera-e-surpreende-quem-achava-que-a-deflacao-de-agosto-era-o-fim-do-problema/ Inflação acelera e surpreende quem achava que a deflação de agosto era o fim do problema 2024-10-10
Deixe seu comentário
Pode te interessar