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Mundo Depois do furacão, devastação na Carolina do Norte torna a eleição nos Estados Unidos mais incerta

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O ex-presidente e candidato Donald Trump segue espalhando notícias falsas relativas aos furacões Helene e Milton, assim como sobre outros temas. (Foto: Reprodução)

Não há perigo maior para a democracia e para a civilização do que a mentira e a agressão se tornarem vantagens competitivas. Estamos assistindo a isso no Brasil e nos EUA. Os furacões Helene e Milton foram usados por Donald Trump e militantes de sua causa para varrer a verdade factual e regar a xenofobia e o antissemitismo, que tanto alimentam seu movimento.

Trump tem repetido que o teto para a ajuda federal às vítimas das tempestades é de apenas US$ 750 e que recursos foram desviados para imigrantes ilegais, já que os democratas de alguma maneira teriam a intenção de conseguir os votos deles.

Não há ligação entre os orçamentos para catástrofes e para imigrantes. A tese é absurda do começo ao fim. Baseia-se no vídeo editado de uma declaração da vice-presidente e candidata Kamala Harris. Ela começa mencionando a ajuda emergencial de US$ 750 e deixa claro que é para comprar comida, leite infantil e fraldas, por exemplo. Em seguida, explica que há dezenas de milhares de dólares para outras necessidades. Toda essa informação é omitida pela campanha trumpista – evito chamá-la de republicana, porque contradiz o significado da palavra e a tradição do próprio partido.

Como se a catástrofe não causasse sofrimento suficiente, há um esforço claro de espalhar o pânico, o ódio e o caos. Na Carolina do Norte, difundiram o boato de que as comportas de uma represa iam se romper. A Agência Federal de Gestão de Emergência (Fema) enviou funcionários para lá, para constatar que o alarme era falso. Assim, recursos que já são escassos acabam desperdiçados.

Apresentadores de podcasts e programas de rádio especializados em desinformação afirmam que o governo democrata controla os furacões, e os direciona para distritos com maioria republicana, ou os provoca para que funcionários públicos judeus possam demolir as construções afetadas, confiscar as casas e vender.

Movimentos antissemitas têm sólidas ligações com o trumpismo. O X de Elon Musk tem multiplicado a desinformação e as teses conspiratórias.

Trump poderia tirar proveito político da escassez de recursos do governo – um fato em qualquer país, já que ninguém se preparou para os efeitos das mudanças climáticas. Mas ele é negacionista e condena o investimento do governo Biden na transição energética.

Acima de tudo, uma linha de ataque com base em fatos não parece excitar o candidato. Tanto que ele aproveita muito mal o principal trunfo de sua campanha: o alto custo de vida. Talvez por dificuldade de sentir compaixão. (Opinião/Lourival Sant’Anna/Jornal o Estado de S. Paulo)

 

 

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