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Política Todos os grandes partidos brasileiros “envelheceram” desde 2020; veja os números

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Novo é legenda com maior crescimento da idade média de candidatos eleitos. (Foto: Reprodução)

Todos os partidos do País, com exceção do nanico Partido da Mulher Brasileira, elegeram vereadores mais velhos em 2024 do que em 2020. O PT de Luiz Inácio Lula da Silva e o PL de Jair Bolsonaro ficaram próximos tanto na média de idade quanto na variação de uma eleição para outra. Em uma ironia semântica, o Novo foi o partido que mais envelheceu. A idade média de seus vereadores eleitos nesta eleição é 6,45 anos maior do que a registrada em 2020.

Os números indicam dificuldades na renovação de líderes políticos, de acordo com especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast. A consequência prática seria um debate público menos oxigenado e mais desconectado da população.

A variação do Novo pode ser explicada pelo crescimento do partido. A sigla elegeu só 29 vereadores em 2020, um número pequeno que permitiu às eleições de 6 vereadores com menos de 30 anos puxar a média para baixo. Na disputa de 2024, a sigla elegeu 260 – um aumento proporcionalmente enorme, mas com um número final ainda muito pequeno perto das quase 60 mil vagas nas câmaras municipais.

Os outros cinco partidos no topo do ranking de envelhecimento de vereadores eleitos (Rede, Mobiliza, DC, Avante e Cidadania) também não estão entre os maiores do Brasil.

Dos grandes partidos, aquele cuja bancada de vereadores eleitos mais envelheceu no período foi o PP – 1,26 ano a mais que em 2020, chegando a uma média de 46,52 anos. A sigla ocupa a décima posição na lista. PT (1,25 ano de envelhecimento e 45,67 de média em 2024) e PL (1,24 de envelhecimento e, agora, 45,79 de média) vêm logo em seguida.

“Nosso esforço grande foi para aumentar o número de vereadores e prefeitos, independentemente de idade, sexo, raça, cor, religião! Mas acho natural aumentar a média pois há um aumento na expectativa de vida. Não vejo como problema”, disse o líder do PP na Câmara, Dr. Luizinho (RJ). “Vamos olhar pelo lado positivo, são pessoas mais experientes”, disse o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI).

Para o secretário-geral do PT, o ex-deputado Henrique Fontana (RS), o envelhecimento de pouco mais de um ano na média de idade dos vereadores eleitos “não chega a ser um dado impactante”, apesar de “indicar uma tendência”. Segundo ele, a renovação dos quadros é um desafio estratégico da direção partidária. “É um tema decisivo. Um partido que não atrai juventude tem o futuro. Vamos intensificar nossos mecanismos”, afirmou o secretário-geral petista.

O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), afirmou que o partido tem incentivado a candidatura de jovens. “A juventude é muito importante porque vem com menos vícios e com mais estímulos. Mas talvez o eleitor tenha procurado, até fugindo um pouco da polarização, candidatos mais experientes ou com mais tempo de mandato”, disse. Ele afirmou que houve baixa renovação nas câmaras municipais, o que preocupa, e que apoiou candidatos mais novos. “Às vezes para alguns é mais fácil fazer acordos políticos para aqueles que já carregam muitos votos. Eu prefiro o desafio de novas candidaturas, principalmente mulheres e jovens”, declarou.

A professora de ciências sociais da PUC de São Paulo Rosemary Segurado disse que o processo de renovação de líderes tem sido discutido na política. “Os partidos políticos, e isso não é só um fenômeno do Brasil, têm tido poucos atrativos. Talvez a gente possa pensar que as estratégias, as táticas e as ações tradicionais não vêm encontrando uma ressonância na juventude”, disse ela.

Segurado mencionou a rejeição a partidos políticos manifestada em protestos como os de 2013, no Brasil, e outros no exterior. “Esses partidos não estão conseguindo estabelecer uma relação mais estreita com esse eleitorado [mais jovem]. E aí vamos deixando a representação para as velhas raposas que dominam estruturas e máquinas de eleger pessoas”, declarou a professora.

“Os partidos estão cada vez mais fechados em si. Tanto do ponto de vista da baixa renovação de seus quadros quanto do ponto de vista da baixa abertura que novos partidos têm tido para entrar no sistema partidário brasileiro”, disse o cientista político e professor do Insper Leandro Consentino. “Falta renovação, e a consequência prática desse fenômeno é que a gente tem discussões menos oxigenadas e sintonizadas com o restante da população”, afirmou ele.

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