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Economia O recado dos ganhadores do Nobel de economia para países como o Brasil

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Caminho para o desenvolvimento passa pela criação de instituições estáveis e independentes. (Foto: Reprodução)

As Américas do Norte e do Sul começaram a ser colonizadas quase ao mesmo tempo por ingleses e portugueses, oriundos do mesmo continente europeu. Mas os Estados Unidos são hoje a maior e mais pujante economia do mundo, enquanto o Brasil é um país emergente de renda média e mal distribuída, que vive patinando e pena para obter índices medíocres de crescimento. O que explica essa diferença?

A tentativa de decifrar contrastes desse tipo rendeu o Prêmio Nobel de Economia deste ano ao turco Daron Acemoglu, ao britânico James Robinson e ao americano Simon Johnson. O trio investigou exemplos paradoxais para tentar entender as raízes do desenvolvimento econômico. São famosos os casos da República Dominicana e do Haiti (vizinhos na mesma ilha caribenha, mas em patamares muito diferentes de evolução) ou das Coreias do Norte e do Sul (países na mesma península sujeitos a regimes políticos antagônicos, com resultados também antagônicos).

No best-seller “Por que as nações fracassam — a origem do poder, da prosperidade e da pobreza”, Acemoglu e Robinson apresentam o caso de uma cidade dividida ao meio na fronteira entre México e Estados Unidos — no lado mexicano, ela se chama Sonora; no americano, Nogales. Mesmo que os habitantes da parte mexicana sejam relativamente ricos considerando a realidade do México, eles são bem mais pobres em relação aos que habitam o pedaço americano da cidade. Estes têm mais opções de estudo e de profissões, além de amplos direitos políticos. Para aqueles, as oportunidades econômicas e profissionais são mais restritas, e o sistema político inibe mudanças.

A conclusão do trio de premiados é que riqueza e desenvolvimento dependem das instituições. Desenvolvem-se os países que, ao longo da História, criam instituições “inclusivas” — aquelas que “permitem e encorajam a participação da grande massa da população nas atividades econômicas e tiram o melhor proveito de seus talentos e competências”. Entre elas, estão o direito à propriedade ou um Judiciário independente. Em contraste, países têm dificuldades quando suas instituições são “extrativas”, projetadas para favorecer apenas uma elite local.

Embora essa explicação tenha sido contestada — sobretudo por desconsiderar, além das instituições, fatores como perfil educacional ou o comércio exterior —, ela levanta questões importantes para o Brasil. Há um desnível entre países com segurança jurídica e outros em que, mesmo com regimes democráticos, há risco de expropriação ou ameaças ao Estado de Direito. O direito à propriedade sem contestações, afirmam os premiados, dá segurança aos investimentos e leva à prosperidade. O caminho do desenvolvimento passa, portanto, pela independência e pela estabilidade das instituições que cercam toda atividade econômica. É um recado que deveria ser entendido nos nossos tribunais e parlamentos. (Opinião/O Globo)

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