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Brasil Volta da chuva faz agronegócio prever nova safra recorde no Brasil

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A produção de grãos na safra 2024/2025 deverá atingir o recorde de 322 milhões de toneladas.

Foto: Embrapa
A produção de grãos na safra 2024/2025 deverá atingir o recorde de 322 milhões de toneladas. (Foto: Embrapa)

A seca mais severa desde 1950 finalmente deu uma trégua. A chuva demorou, mas finalmente começou a cair no sudoeste de Goiás, conforme monitoramento do Cemaden, órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Com isso, produtores da região iniciaram o plantio de soja na semana passada, trabalho que vara a noite, para terminar em poucas semanas.

O começo do plantio sustenta as estimativas iniciais de safra nacional recorde na temporada 2024/2025, o que poderá impulsionar as exportações, a renda e, portanto, a economia, após a quebra deste ano. Para isso, é preciso que as chuvas continuem caindo com regularidade nos próximos meses.

A produção de grãos na safra 2024/2025 deverá atingir o recorde de 322 milhões de toneladas, alta de 8,3% ante a colheita de 2023/2024, na primeira estimativa para a recém-iniciada temporada agrícola divulgada pela Conab, estatal do Ministério da Agricultura e Pecuária.

A metade disso virá da soja, com 166 milhões de toneladas — o Brasil é o maior produtor e o maior exportador global da oleaginosa, usada tanto na indústria de alimentos quanto na pecuária, como ração. As primeiras estimativas são mais incertas porque partem da área que os produtores informam que pretendem plantar e de uma projeção de produtividade (o quanto se produz numa mesma área). A chuva chegou, mas uma nova estiagem, temperaturas acima da média ou até tempestades na hora de colher podem baixar a produtividade.

No entanto, os produtores seguem apreensivos com o clima. Relatório de setembro do Rabobank, banco holandês especializado no agronegócio, corrobora a expectativa de produção recorde de soja no Brasil na safra que se inicia, mas chama a atenção para a previsão de que as chuvas seguirão irregulares nos próximos meses.

Segundo o meteorologista Francisco Diniz, que foi diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chuva deverá continuar na porção do Cerrado que se espalha por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e numa parte de Tocantins, grandes produtores de grãos. Por isso, há condições climáticas para uma boa safra de soja.

“Em Mato Grosso e Goiás, haverá uma diminuição, mas o panorama está dentro das condições normais, já que na Região Sul está chegando uma frente fria e as chuvas voltarão em melhores condições — disse Diniz, ressaltando que ao longo do ciclo dos grãos poderá haver “veranicos”, como são chamados períodos secos e quentes, mas com impacto limitado”, disse.

As previsões climáticas são menos favoráveis para a região do Matopiba (área que engloba as divisas entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), nova fronteira da produção de grãos. As chuvas por lá não foram suficientes para garantir o início do plantio da soja e nova estiagem poderá durar 15 dias, disse Diniz.

Mesmo que as chuvas retomem o padrão histórico nos próximos meses, a demora no início do período úmido no Centro-Sul do país já atrasou o plantio da soja. Segundo a Conab, em 12 de outubro, 9,1% da área esperada para a oleaginosa na safra 2024/2025 estavam semeados, ante 19% em igual período do ano passado. Na safra 2023/2024, o problema foi a seca após os campos estarem semeados. Agora, chuvas regulares deverão garantir produção recorde da soja, mas atrapalhar a safra de milho.

O Brasil se tornou o maior exportador global de milho, na esteira da produção crescente, com o modelo de “segunda safra” — os produtores plantam soja em outubro, colhem em janeiro e fevereiro, para depois plantar milho ou algodão, que serão colhidos em julho e agosto. Quando atrasa o plantio da soja, que é prioridade, pode faltar tempo, ou “janela”, no jargão do setor, para semear o milho no ano seguinte.

Mesmo com os efeitos negativos sobre a safra de milho, a Conab ainda espera aumento modesto, de 3,5%, na produção total do cereal na temporada 2024/2025, ainda que haja redução na colheita de Mato Grosso, maior produtor nacional. Combinado com o recorde na soja, isso já será suficiente para garantir um impacto positivo da agropecuária na economia em 2025.

Neste ano, com a quebra da safra 2023/2024, as projeções do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) apontam para retração de 2,1% da agropecuária no PIB. Para 2025, a safra mais favorável deverá levar a um crescimento de 5,4% do setor, segundo a entidade.

 

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